Confirmando a expectativa do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juro (Selic) para 14,25% ao ano, maior índice desde a crise política que corroeu o segundo governo da petista Dilma Rousseff. O próprio BC afirmou, em janeiro, que a taxa Selic seria elevada em 1 ponto percentual.
Essa foi a quinta alta consecutiva da Selic. A taxa alcançou o maior nível desde outubro de 2016, quando também estava em 14,25% ao ano. A alta consolida um ciclo de contração na política monetária.
Após chegar a 10,5% ao ano no período de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro de 2024, com alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e duas de 1 ponto percentual.
Em comunicado, o Copom afirmou que as incertezas externas, principalmente pela política comercial do país, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Banco Central norte-americano). Em relação ao Brasil, o texto informa que a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação no crescimento.
De acordo com o órgão, a inflação cheia e os núcleos (medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia) continuam em alta. O Copom alertou para o risco de que a inflação de serviços continue alta e informou que continuará a monitorar a política econômica do governo.
“O comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes.”, destacou o comunicado.
Em relação às próximas reuniões, o Copom informou que elevará a Selic “em menor magnitude” na reunião de maio e não deixou pistas para o que acontecerá depois disso.
“Para além da próxima reunião [a partir de junho], o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação”, ressaltou.
O Banco Central aumentou as estimativas de inflação. Na reunião anterior, de janeiro, o Copom previa IPCA de 5,2% em 2025 e de 4% em 12 meses no fim do terceiro trimestre de 2026.
Crédito mais caro, poupança em alta
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação, pois taxas de juro mais altas encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico e aumentam a dívida pública.
A taxa básica de juro é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque taxas elevadas, além de encarecerem o crédito, estimulam a poupança.
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