Líderes mundiais lamentam a morte do Papa Francisco

Diversos líderes globais lamentaram a morte do Papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira (21), quase um mês após ele deixar o hospital, onde esteve durante quase 40 dias internado devido a problemas respiratórios provocados por pneumonia bilateral. O pontífice tinha 88 anos.

Alemanha: “mundo perde um defensor da humanidade”

“Com Francisco, o mundo perde um sinal brilhante de esperança, um defensor da humanidade com credibilidade e um cristão convincente”, afirmou o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.

O futuro chanceler federal alemão, Friedrich Merz, afirmou que “a morte do Papa Francisco me enche de grande tristeza. Francisco será lembrado por seu compromisso incansável com os mais fracos da sociedade, por justiça e reconciliação.”

O chanceler federal alemão em fim de mandato, Olaf Scholz, afirmou: “Sempre apreciei muito sua clara visão sobre os desafios que nos preocupam”.

Milei: “como argentino e como homem de fé, me despeço do Santo Padre”

O presidente da Argentina, Javier Milei, despediu-se do Papa Francisco em uma mensagem pessoal em sua conta na rede social X na qual ressaltou que, apesar das diferenças que tiveram, “foi uma verdadeira honra” conhecê-lo.

“Apesar das diferenças, que hoje parecem menores, ter podido conhecê-lo em sua bondade e sabedoria foi uma verdadeira honra para mim”, disse Milei, que postou após o comunicado oficial divulgado por seu gabinete em redes sociais, no qual lamentou institucionalmente a morte do primeiro Papa latino-americano e argentino.

“Como presidente, como argentino e, fundamentalmente, como homem de fé, me despeço do Santo Padre e acompanho a todos os que hoje nos deparamos com esta triste notícia. Que descanse em paz”, acrescentou Milei, que também postou uma imagem do Papa segurando uma bandeira argentina.

Lula: “buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio”

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentou hoje a morte do Papa Francisco e destacou que o líder da Igreja Católica procurou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio.

“A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou no seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos”, salientou Lula.

“Assim como ensinado na oração de São Francisco, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo numa mesma casa, o nosso planeta”, acrescentou.

O chefe de Estado decretou sete dias de luto oficial no Brasil e lembrou que Francisco também trouxe a questão das mudanças climáticas ao Vaticano e “criticou vigorosamente os modelos econômicos que levam a humanidade a produzir tantas injustiças”.

Rei Charles: “será lembrado por sua compaixão”

“Minha esposa e eu ficamos profundamente tristes ao saber do falecimento do Papa Francisco”, afirmou o rei Charles 3°, do Reino Unido, em comunicado. “Nossos pesados corações ficaram um pouco aliviados, no entanto, ao saber que Sua Santidade pôde compartilhar uma saudação de Páscoa com a Igreja e o mundo a quem serviu com tamanha devoção ao longo de sua vida e ministério”, acrescentou, se referindo à aparição do pontífice neste Domingo de Páscoa, na bênção Urbi et Orbi.

“Sua Santidade será lembrado por sua compaixão, sua preocupação com a unidade da Igreja e por seu incansável compromisso com as causas comuns de todas as pessoas de fé e com aqueles de boa vontade que trabalham em benefício dos outros”, frisou Charles.

Meloni: “nos deixa um grande homem e um grande pastor”

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o Papa Francisco pediu ao mundo, uma vez mais, “a coragem de mudar de rumo”, em uma mensagem na rede social X.

“O Papa Francisco retornou à casa do Pai. Esta notícia nos entristece profundamente, pois nos deixa um grande homem e um grande pastor”, escreveu a mandatária italiana, que se encontrou com Francisco em diversas ocasiões, dentro e fora do Vaticano.

De fato, a primeira-ministra declarou: “Tive o privilégio de desfrutar de sua amizade, seus conselhos e seus ensinamentos, que nunca faltaram, mesmo em tempos de provação e de sofrimento”. “Nas meditações da Via Sacra, nos recordou o poder do dom, que faz tudo florescer de novo e é capaz de reconciliar o que, aos olhos do homem, é irreconciliável. E pediu ao mundo, uma vez mais, a coragem de mudar de rumo, de seguir um caminho que ‘não destrói, mas cultiva, repara e preserva’“, acrescentou.

Trump: “Descanse em paz”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou suas condolências nesta segunda-feira pela morte do Papa Francisco em sua plataforma de mídia social, a Truth Social, em uma breve mensagem na qual pediu a Deus que abençoasse o falecido pontífice.

“Descanse em paz, Papa Francisco! Que Deus o abençoe e a todos que o amavam!” afirma a sucinta mensagem.

Trump e Francisco tiveram alguns desencontros dialéticos desde a primeira presidência do americano (2017-2021), principalmente em relação à questão da imigração, com o Papa criticando a intenção do magnata de construir um muro na fronteira com o México, assim como seu plano de deportações em massa implementado já durante seu segundo mandato, iniciado no último mês de janeiro.

Mesmo assim, durante uma visita de Trump ao Vaticano em maio de 2017, o presidente dos EUA descreveu como “fantástico” seu encontro com o Papa, a quem se referiu como “uma grande pessoa”

O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D, Vance, que esteve com o pontífice um dia antes da morte de Francisco, disse que “meu coração está com milhões de cristãos em todo o mundo que o amavam”. E acrescentou: “Fiquei feliz em vê-lo ontem, embora ele estivesse obviamente muito doente”.

O ex-presidente americano Joe Biden considerou que o Papa Francisco será lembrado como “um dos líderes mais importantes” do seu tempo. “Ele era diferente dos que o precederam (…). Era o Papa do povo, um farol de fé, esperança e amor”, disse Biden, um fervoroso católico, que publicou uma mensagem de condolências nas redes sociais acompanhada com uma fotografia ao lado de Francisco.

Sánchez: “Deixa um profundo legado”

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, ressaltou, sobre Franscisco, que “seu compromisso com a paz, a sociedade, a justiça para os mais fracos deixa um profundo legado. Descanse em paz.”

Guterres: “voz em defesa da paz”

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou a morte do Papa Francisco, e recordou o pontífice como “um mensageiro da esperança, humildade e humanidade”.

“Junto-me ao mundo para lamentar o falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco, mensageiro da esperança, da humildade e da humanidade”, afirmou num comunicado, no qual sublinha que o pontífice “foi uma voz transcendental em defesa da paz, da dignidade humana e da justiça social”.

Na nota, o secretário-geral da ONU sublinhou que Francisco “deixa um legado de fé, serviço e compaixão para todos, especialmente para aqueles que estão marginalizados ou presos pelos horrores do conflito”.

“Foi um homem de fé para todas as fés, trabalhando com pessoas de todas as fés e origens para iluminar um caminho a seguir”, acrescentou.

Venezuela: agradecimentos por canonização de venezuelano

O regime venezuelano também se juntou nesta segunda-feira ao luto pela morte do Papa Francisco, sobre quem disse que “será lembrado como um defensor inabalável da humanidade, da dignidade dos povos, da paz, da inclusão e da justiça”.

Em mensagem publicada em sua conta no Telegram, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, agradeceu a Francisco pela aprovação do decreto de canonização do beato José Gregorio Hernández, que será o primeiro santo do país caribenho.

“O Santo Padre se ergueu como uma voz de compaixão e reflexão em tempos de guerra e extremismos, sendo um grande amigo dos povos que lutam por sua soberania”, acrescentou. Segundo o ministro, “a Venezuela sempre será grata ao Santo Padre por ter tornado realidade a tão esperada canonização de José Gregorio Hernández, atendendo às orações de seus fiéis”.

Zelensky: “Ele rezou pela paz na Ucrânia e pelos ucranianos”

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se declarou de luto pela morte do Papa Francisco, que “rezou pela paz na Ucrânia e pelos ucranianos” e que, segundo ele, “sabia como dar esperança” e “mitigar o sofrimento com a oração”.

“Ele rezou pela paz na Ucrânia e pelos ucranianos”, escreveu Zelensky nas redes sociais, ao classificar a notícia da morte do pontífice como “trágica” e enfatizar que o Papa Francisco “dedicou sua vida a Deus, ao seu povo e à Igreja”.

Nos últimos três anos de vida, o Papa Francisco esteve envolvido em esforços para devolver à Ucrânia as crianças ucranianas deportadas pela Rússia. Mas o pontífice também foi repetidamente criticado por muitos ucranianos, incluindo alguns líderes católicos, por declarações nas quais se referiu tanto ao sofrimento causado pela guerra na Rússia, o país que a iniciou, quanto no país invadido.

Em março do ano passado, depois que o Papa incentivou a Ucrânia a “ter a coragem de erguer a bandeira branca”, Zelensky criticou o que via como uma atitude equidistante por parte do líder religioso, censurando-o por ficar no meio do caminho “entre aqueles que querem viver e aqueles que querem destruir”.

O Papa recebeu Zelensky em outubro de 2024 no Vaticano, em reunião na qual o presidente ucraniano presenteou Francisco com uma pintura dedicada aos crimes de guerra cometidos pelas tropas russas durante a ocupação de Bucha, cidade-satélite de Kiev invadida no início da guerra.

Putin: “sábio religioso e estadista”

O líder da Rússia, Vladimir Putin, enviou nesta segunda-feira uma mensagem de condolências pela morte do Papa Francisco, a quem destacou como um “defensor consistente dos elevados valores do humanismo e da justiça”.

“Receba as mais sinceras condolências pelo falecimento de sua santidade o Papa Francisco”, escreveu Putin em uma mensagem ao camerlengo da Igreja Católica, o cardeal Kevin Joseph Farrell, publicada no site do Kremlin.

O líder russo enfatizou que “o Papa Francisco gozava de grande autoridade internacional como fiel servidor dos ensinamentos cristãos, sábio religioso e estadista, e defensor consistente dos elevados valores do humanismo e da justiça”.

Ao longo de seu pontificado, acrescentou Putin, o Papa Francisco “contribuiu ativamente para o desenvolvimento do diálogo entre a Igreja Ortodoxa russa e a Igreja Católica, e da interação construtiva entre a Rússia e a Santa Sé”.

Cuba: “legado de paz e amor durará para sempre”

O regime de Cuba lembrou nesta segunda-feira a “proximidade”, o “carinho” e o “trabalho” em busca de “soluções para os desafios urgentes” do Papa Francisco, que morreu hoje no Vaticano, aos 88 anos.

“Seu legado de paz e amor durará para sempre”, disse o governo cubano em uma mensagem nas redes sociais.

O líder do país, Miguel Díaz-Canel, expressou seu “profundo pesar” nas redes sociais pela morte do Papa: “As manifestações de afeto e cordial proximidade que transmitiu aos nossos compatriotas foram sempre retribuídas pelo povo cubano”.

“Lembraremos com grande afeto suas visitas a Cuba e as palavras de carinho que dedicou ao nosso país em suas mensagens. Expresso minhas sinceras condolências a seus familiares e à comunidade católica internacional”, acrescentou.

Abbas: “amigo leal do povo palestino”

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, lamentou nesta segunda-feira a morte do Papa Francisco, a quem definiu como “um amigo leal do povo palestino”.

“Oferecemos nossas condolências mais profundas ao Vaticano e aos fiéis ao redor do mundo por esta grave perda que representa o falecimento do Papa Francisco, um símbolo de tolerância, amor e fraternidade”, disse Abbas em uma mensagem divulgada pela agência de notícias oficial palestina “Wafa”. Em sua mensagem, Abbas lembrou a visita do pontífice a Belém, na Cisjordânia ocupada, onde foi recebido pelo presidente palestino, e seu gesto de hastear a bandeira palestina no Vaticano.

Hamas: “defensor dos direitos legítimos do povo palestino”

Já o grupo Hamas, rival da ANP, ao lamentar a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira, destacou que “ele foi um firme defensor dos direitos legítimos do povo palestino, especialmente em sua inabalável postura contra a guerra e os atos de genocídio perpetrados contra nosso povo em Gaza nos últimos meses”, escreveu em um comunicado Basem Naim, membro do gabinete político da organização, classificada como um grupo terrorista por Israel, EUA e Alemanha.

“Hoje, o mundo está de luto pelo falecimento de importante figura religiosa global, sua santidade o Papa Francisco, sumo pontífice da Igreja Católica Romana, que dedicou seu Papado a fomentar o diálogo inter-religioso e promover a paz em todo o mundo”, lamentou Naim.

O representante do Hamas afirmou que a morte de “uma figura tão importante e comprometida deixa um vazio profundo que será difícil de preencher”. Uma das últimas declarações do Papa ontem, domingo, teve como objetivo pedir paz na Faixa de Gaza.

Israel: “homem de fé profunda e compaixão sem limites”

O presidente de Israel, Isaac Herzog, lamentou morte do Papa Francisco, recordando-o como “um homem de fé profunda e compaixão sem limites”. “Envio as minhas mais profundas condolências ao mundo cristão e especialmente às comunidades cristãs de Israel, à Terra Santa, pela perda do seu grande pai espiritual, sua santidade o Papa Francisco”, declarou Herzog num comunicado.

O presidente israelense destacou o trabalho de Francisco em “apoiar os pobres e clamar pela paz num mundo conturbado”. “Ele viu, com razão, uma grande importância em fomentar laços fortes com o mundo judaico e em promover o diálogo inter-religioso como um caminho para uma maior compreensão e respeito mútuo”, acrescentou o chefe de Estado.

União Europeia: “inspirou milhões”

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou que “com sua modéstia e seu amor sincero pelos menos afortunados, ele inspirou milhões, muito além das fronteiras da Igreja Católica”. E acrescentou: “Meus pensamentos estão com todos que sentem essa profunda perda.”

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, disse que Francisco “se importava-se com os grandes desafios globais do nosso tempo – migração, mudanças climáticas, desigualdades, paz – assim como com as lutas cotidianas de todos”.

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, expressou suas condolências a “todos os católicos do mundo” e lembrou que “quando nos encontramos recentemente em Roma, agradeci o Papa Francisco pela sua forte liderança na proteção dos mais vulneráveis e na defesa da dignidade humana.”

Dalai Lama: “exemplo de vida”

O Dalai Lama, líder espiritual dos budistas do Tibete, expressou tristeza pela morte do Papa Francisco, cuja “devoção e simplicidade” elogiou.

Em comunicado enviado a partir do seu local de exílio, na Índia, o Dalai Lama lembrou que o Papa “dedicou-se a servir os outros” e referiu que Francisco dava “regularmente o exemplo de como levar uma vida simples, mas significativa”.

O líder do budismo tibetano considerou ainda que a melhor homenagem que lhe pode ser prestada agora é “demonstrar carinho, servir os outros onde quer que se esteja e de qualquer forma que se possa”. (Com Deutsche Welle e agências internacionais)

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