Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, morreu na manhã desta segunda-feira (21) às 7h35 (2h35 em Brasília), segundo anunciado pelo Vaticano, em comunicado assinado pelo cardeal Kevin Ferrell.
“Às 7:35 desta manhã, o bispo de Roma, Francisco, regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja”, escreveu o carmelengo.
O cardeal acrescentou que o Papa Francisco “ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados”.
“Com imensa gratidão pelo seu exemplo de verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, encomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Uno e Trino”, disse.
Por tradição, o funeral do líder da Igreja Católica tem ocorrido na Basílica de São Pedro, com o corpo do religioso sendo exposto para visitação e oração dos fiéis. Ele, entretanto, desejou que sua cerimônia seja simples, sem pompas.
Em 2024, o Papa anunciou aos fiéis que já estava “tudo pronto”, se referindo aos ritos que acompanhariam seu sepultamento.
Ele modificou alguns dos ritos fúnebres dos Papas, com os corpos não sendo mais expostos fora do caixão. Entre as novidades, está a eliminação dos tradicionais três caixões de cipreste, chumbo e carvalho.
Assim se lê na nova edição da “Ordo Exsequiarum Romani Pontificis”, tornada pública ano passado e que regulamenta o funeral de um pontífice, tendo sido aprovada em 29 de abril de 2024 com os novos desejos do Papa Francisco para “simplificar e adaptar alguns ritos para que a celebração do funeral do Bispo de Roma expressasse melhor a fé da Igreja em Cristo Ressuscitado”.
Outra novidade “é a introdução das indicações necessárias para o eventual sepultamento em um local diferente da Basílica Vaticana”. Como Francisco já anunciou, ele quer ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.
A última aparição pública do pontífice, de 88 anos, foi neste domingo, quando ele apareceu na sacada da galeria central da Basílica de São Pedro após a missa do Domingo de Páscoa e depois saudou os fiéis, circulando a Praça de São Pedro a bordo do Papamóvel, usando o veículo pela primeira vez após deixar hospital.
Com voz ainda fraca, ele desejou a todos, da sacada, uma “feliz Páscoa” e pediu ao mestre de cerimônias para fazer a leitura de sua tradicional bênção “Urbi et Orbi” (“à cidade e ao mundo”) para as cerca de 35 mil pessoas reunidas no Vaticano.
Francisco não participou de nenhum dos ritos da Semana Santa, pois ainda estava se recuperando após passar 38 dias no hospital Agostino Gemelli com pneumonia bilateral e receber alta em 23 de março.
Entretanto, o sumo pontífice fez algumas aparições após sair da clínica – contrariando recomendações médicas, que previam ao menos dois meses de convalescença – como, por exemplo, ao visitar uma prisão perto do Vaticano na tarde da Quinta-feira Santa, para cumprimentar os presos, como vinha fazendo desde o início de seu pontificado.
Causa da morte
A causa da morte teria sido um derrame, segundo noticiou o jornal italiano Corriere della Sera. “Um derrame seria a causa da morte do Papa Francisco. Nas próximas horas, a Santa Sé emitirá comunicado oficial indicando a causa da morte”, destacou o periódico.
Outro jornal italiano, o La Repubblica, também aponta a mesma causa para o falecimento do pontífice. Francisco morreu menos de um mês após deixar o hospital, onde ficou internado para tratar de uma pneumonia bilateral.
Primeiro Papa latino-americano
Foi o primeiro Papa da América Latina, o primeiro jesuíta à frente da Igreja Católica. Jamais um líder da Igreja escolhera este nome tão programático, porque evoca Francisco de Assis (1182-1226).
Francisco de Assis, filho de um comerciante que renunciou a todas as riquezas, seguiu o chamado de Jesus por uma vida na pobreza radical e fundou a ordem franciscana com este espírito. O nome Papal Francisco não soa como o esplendor dos palácios do Vaticano, não lembra um chefe da Igreja e de Estado.
O argentino Jorge Mario Bergoglio, eleito Papa em 2013, não escolheu esse nome sem motivo: como nenhum Santo Padre antes dele, defendeu os refugiados e os sem-teto e lutou pela proteção da Criação e do clima. Com isso, impressionou o mundo. Nos últimos tempos vinha sofrendo visivelmente com a diminuição de suas forças. (Com Deutsche Welle)
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