O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (7), elevar a taxa básica de juro da economia em 0,5 ponto percentual. Com a decisão, a Selic passa de 14,25% para 14,75% ao ano, maior índice em quase duas décadas.
O Copom seguiu a sinalização de março passado, quando indicou que continuaria subindo a taxa básica de juro diante do panorama “adverso” para a convergência da inflação à meta e do cenário de incerteza econômica. Apesar de não ter detalhado o ritmo de alta, o Copom afirmou na ocasião afirmou apontou que a alta da Selic ficaria abaixo de 1 ponto percentual.
O colegiado já promoveu seis aumentos consecutivos da Selic no atual ciclo de alta da taxa de juro, iniciado na gestão do ex-presidente do BC, de Roberto Campos Neto. A taxa acumula elevação de 4,25 pontos percentuais desde setembro de 2024, quando estava em 10,50% ao ano.
Agora, a Selic está no mesmo patamar registrado entre julho e agosto de 2006. À época, a taxa básica seguia em trajetória de queda após ter atingido o pico de 19,75% ao ano, em meio ao escândalo do Mensalão, em 2005.
A decisão desta quarta-feira confirmou a expectativa do mercado financeiro. Na véspera, levantamento feito pela agência Bloomberg com 32 instituições financeiras mostrou que 31 esperavam alta de 0,5 ponto percentual, contra apenas uma de 0,25 ponto.
Na última reunião do Copom, em março, os integrantes do colegiado endossaram a tese de que o irresponsável tarifaço adotado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá impactar para baixo a inflação brasileira. Tal cenário contribui para projeções de inflação menor em 2025.
Quando o Copom eleva a taxa básica de juro de olho na contenção do índice inflacionário, a economia desacelera, o consumo cai e o crédito ao consumidor fica mais caro. Por outro lado, estimula a poupança, reduz sobremaneira os investimentos no setor produtivo e impacta o mercado de trabalho. Afinal, aplicações financeiras com rendimento baseado na Selic tornam-se mais atrativas.
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