Leão XIV: com viés conservador, cardeal americano Robert Prevost é o novo papa

O conclave elegeu nesta quinta-feira (5) o cardeal americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, como o 267º papa da Igreja Católica.

A fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina e ganhou o céu do Vaticano pouco depois das 18h no horário local (13h de Brasília). O sucessor de Francisco escolheu o nome pontifício de Leão XIV.

O nome do novo papa foi revelado após o anúncio da frase solene “Habemus Papam” (“Temos um papa”), feito pelo cardeal francês Dominique Mamberti a uma multidão que aguardava na Praça São Pedro aos gritos de “viva o papa”.

O novo chefe da Igreja Católica então saiu à varanda central da Basílica de São Pedro e saudou os milhares de fiéis presentes. “Obrigado ao Papa Francisco”, disse em um discurso em italiano. “Sou um filho de Santo Agostinho”, afirmou, defendendo a construção de pontes, o diálogo e o amor.

Ele também discursou em espanhol, relembrando seus anos como missionário na América do Sul.

Agostiniano, Prevost desbancou uma lista de favoritos, como o filipino Luis Antonio Tagle, apelidado de “Francisco asiático” por seu foco na justiça social, e o italiano Pietro Parolin, secretário de Estado de Francisco.

O pontífice dedicou a maior parte de sua vida em missão no Peru. Ele é conhecido por apoiar o pontificado de seu antecessor e defender temas de justiça social. O americano assume o desafio de dar continuidade aos 12 anos de pontificado de Francisco, marcado por uma postura de maior abertura da Igreja Católica.

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Quem é Robert Prevost?

Robert Francis Prevost, o primeiro papa nascido nos Estados Unidos, tem um histórico de trabalho missionário no Peru, mas também um profundo conhecimento do funcionamento interno da Igreja.

O novo Papa Leão XIV é natural de Chicago. Ele foi encarregado por Francisco de chefiar o poderoso Dicastério para os Bispos, que tem o objetivo de aconselhar o pontífice sobre as nomeações de novos bispos.

O sinal de Francisco revela a confiança que tinha no trabalho de Prevost, que é arcebispo-bispo emérito de Chiclayo, no Peru. Ele foi nomeado cardeal por Francisco em 2023 e tem reputação na Igreja de possuir um perfil moderado em temas eclesiásticos. Apesar de agostiniano, com opção pelos pobres, Prevost é contra a diversidade de gênero.

Veículos especializados apontavam chances de Prevost se tornar papa devido à sua inclinação pastoral, visão global e capacidade de navegar na burocracia do Vaticano.

O jornal italiano La Repubblica o chamou de “o menos americano dos americanos” por seu jeito suave de falar e seu perfil missionário.

Sua sólida base em direito canônico também foi vista como tranquilizadora para os cardeais mais conservadores que buscam um foco maior na teologia.

Maior e mais heterogêneo conclave

O novo papa foi eleito após pouco mais de 24 horas de deliberação pelo maior e mais heterogêneo grupo de cardeais a compor um conclave em 2 mil anos de Igreja Católica.

Neste ano, 133 clérigos, de 71 países, participaram da escolha do novo pontífice. Mais de 80% deles foram nomeados pelo seu antecessor, o Papa Francisco, que ampliou o número de cardeais para regiões antes sub-representadas.

Os cardeais estavam enclausurados para escolher o sucessor do Papa Francisco desde a tarde de quarta-feira. A fumaça preta chegou a ser liberada duas vezes indicando que, ao menos até a terceira rodada de votação, nenhum clérigo havia recebido dois terços dos votos. O novo papa conquistou ao menos 89 votos para ser eleito.

O tempo para a escolha do novo chefe da Igreja Católica foi similar à eleição de Bento XVI, em 2005, e de Francisco, em 2013, que foram concluídas, respectivamente, em quatro e cinco rodadas de votação. (Com agências internacionais)

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