Os Estados Unidos e a China anunciaram nesta segunda-feira (12) um acordo para reduzir as tarifas recíprocas de importação por um prazo de 90 dias.
Autoridades dos dois países se reuniram no final de semana, em Genebra, para tentar trazer alívio à guerra comercial deflagrada pelas tarifas de importação impostas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump. As medidas geraram fortes tensões na economia global e abalaram mercados financeiros mundo afora.
Nesta segunda-feira, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou em Genebra que ambos os países chegaram a um acordo para uma pausa de 90 dias e redução nas tarifas recíprocas em 115%.
Dessa forma, as tarifas dos EUA contra a China devem permanecer em 30% nos próximos 90 dias. Já as da China contra os EUA, em 10%.
Trata-se de uma redução significativa nas tensões comerciais que se agravaram nas últimas semanas. Os EUA haviam aumentado os tributos sobre os produtos chineses para 145% – incluindo uma tarifa punitiva de 20% adicionada para combater as importações de fentanil para os EUA. Pequim retaliou com a imposição de tarifas de 125% sobre as importações americanas.
“Diálogo franco e construtivo”
As reuniões em Genebra foram as primeiras interações presenciais com autoridades econômicas dos EUA e da China desde que Trump retornou ao poder, em janeiro, e deu início à imposição de tarifas aos parceiros comerciais internacionais, atingindo principalmente a China.
Bessent disse nesta segunda-feira que “os dois lados demonstraram grande respeito” durante as negociações. “Ambos os países representaram seus muito bem interesses nacionais”, afirmou o secretário. “Temos interesse em um comércio equilibrado, e os EUA continuarão caminhando em direção a isso.”
No domingo (11), representantes chineses descreveram as negociações como um “diálogo franco, profundo e construtivo”. O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, disse que ambos os lados concordaram em “estabelecer um mecanismo de consulta” para novas discussões sobre questões comerciais e econômicas.
O aumento recíproco das tarifas vinha causando enormes prejuízos ao comércio bilateral, que no ano passado ultrapassou US$ 660 bilhões (R$ 3,7 trilhões).
Temores de recessão global
Na última semana, que marcou os 100 dias do segundo mandato Trump, seu governo anunciou que a economia americana retraiu a uma taxa anual de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, o maior recuo desde 2022.
A bolsa de valores americana despencou e Trump foi rápido em tentar colocar a culpa do resultado frustrante em seu antecessor, Joe Biden, fazendo pouco caso do início caótico de seu segundo mandato, com guerra tarifária, mudanças bruscas em políticas e demissões em massa no governo.
Ao reagir às tarifas de Trump, Pequim impôs restrições à exportação de alguns elementos de terras raras, vitais para os fabricantes americanos de armas e bens de consumo eletrônicos, e elevou tarifas sobre uma série de produtos americanos.
Os mercados financeiros estão atentos a sinais de alívio na guerra comercial, enquanto as negociações entre EUA e China aumentam as esperanças de que uma recessão global possa ser evitada. (Com agências internacionais)
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