Em escalada da queda de braço que trava contra uma das mais prestigiosas universidades de elite do planeta, o governo esquizofrênico do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (22) uma medida para barrar a admissão de estudantes estrangeiros em Harvard.
“Com efeito imediato, a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (Sevis) da Universidade Harvard está revogada”, consta de carta endereçada à universidade e assinada pela secretária do Departamento de Segurança Interna da Casa Branca, Kristi Noem, segundo o jornal americano New York Times.
O Sevis é o principal sistema de admissão de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos. A suspensão da certificação significa a perda de uma fonte de receitas crucial para Harvard, que tem até então resistido às pressões de Trump por mudanças na gestão da universidade.
A Casa Branca informou à universidade que a medida desta quinta-feira é parte de uma investigação do Departamento de Segurança Interna (DHS). “Isso significa que Harvard já não pode mais admitir estudantes estrangeiros”, afirmou a pasta, acrescentando que os estudantes atualmente matriculados terão que migrar para outras universidades se não quiserem perder seus vistos.
Ideologias antiamericanas e antissemitas
Em abril, a instituição já havia processado o governo Trump por tentar impor mudanças no currículo acadêmico e nas políticas de seleção de estudantes e funcionários. A universidade teve o repasse de milhões de dólares em fundos federais suspensos sob a alegação de promover o antissemitismo e antiamericanismo ao supostamente alimentar “uma latrina de motins extremistas”.
Nesta quinta-feira, Noem, do DHS, também acusou Harvard de “coordenar com o Partido Comunista Chinês” e alegou que a universidade havia se negado a fornecer informações sobre alguns de seus estudantes estrangeiros e a participação deles em protestos. A instituição reagiu chamando a medida de retaliação ilegal.
“As universidades têm o privilégio, e não o direito, de matricular estudantes estrangeiros e se beneficiar das mensalidades mais altas que eles pagam para ajudar a engordar seus fundos patrimoniais de bilhões de dólares”, disse Noem em um comunicado do DHS.
Estudar em Harvard custa entre US$ 59 mil e US$ 87 mil por ano (cerca de R$ 332 mil e R$ 490 mil). Só neste ano a universidade recebeu cerca de 6,8 mil estudantes internacionais; um em cada quatro estudantes é estrangeiro.
“Essa ação retaliatória ameaça prejudicar seriamente a comunidade de Harvard e nosso país, e compromete a missão acadêmica e de pesquisa de Harvard”, afirmou a instituição. (Com agências internacionais)
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