Presidente da Câmara recorre ao populismo barato e rasteiro para criticar alta do IOF

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) joga para a plateia no caso do aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF). Com ameaças de que o decreto do IOF será derribado, Motta exige a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas negociações em busca de proposta alternativa.

Abusando do proselitismo, Motta afirmou que “o Poder Legislativo não quer colocar fogo no País”, ao citar a disposição do Congresso de construir juntamente com o governo uma solução para o tema.

Sobre as emendas parlamentares, incluídas as do orçamento secreto, o presidente da Câmara disse que o Parlamento está ciente de eventuais novos cortes. “O Congresso sabe que emendas podem ser cortadas, vamos dar nossa contribuição. Criminalizar emenda é criminalizar a própria política”, declarou.

Até o momento, com base no bloqueio e contingenciamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento federal, feito pela equipe econômica do governo Lula, cerca de R$ 7,8 bilhões em emendas devem ser congelados.

Sobre “dar nossa contribuição”, o trecho da fala mostra que Motta recorre ao populismo rasteiro para, talvez, limpar a imagem do Congresso junto à opinião pública. Qualquer brasileiro dotado de doses rasas de coerência sabe que deputados e senadores agem de acordo com os próprios interesses, transformando o Parlamento em um deplorável balcão de negócios.

Ademais, da forma como se desenrolam os fatos políticos na capital federal, o Brasil existe sob o um quase parlamentarismo, como afirmou o ministro Fernando Haddad, sem que o Legislativo tenha o ônus das próprias decisões. O Congresso executa o orçamento, sendo que a responsabilidade recai sobre o governo.

No tocante à discussão sobre alternativas ao aumento do IOF, afirmar que taxação de fundos de investimento no exterior afetará a classe média brasileira é mero devaneio. Afinal, integra a classe média (50,1% da população) quem tem ganho mensal de R$ 3.400,00. Em outras palavras, os endinheirados é que se rebelaram contra o aumento do IOF.

Em relação à participação de representantes dos grandes bancos na reunião com Fernando Haddad, para apresentação de propostas alternativas ao IOF, é importante destacar que instituições financeiras têm lobistas que circulam sem cerimônia nos corredores Congresso, sempre carregando um embornal abarrotado de benesses.

Novamente destacamos que, na seara da presidência da Câmara dos Deputados, Hugo Motta é “cria” de Arthur Lira que por sua vez teve como mentor intelectual ninguém menos que Eduardo Cunha. Em suma, assustadora trinca de ases.

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