O conflito entre Israel e Irã acumula mais danos e mortes dos dois lados e avançou no terceiro dia de troca de agressões.
Israel lançou neste domingo (15) uma nova série de ataques contra o Irã, atingindo seu alvo mais profundo no território iraniano desde o início das operações militares de sexta-feira.
Em retaliação, o Irã disparou diversas baterias de mísseis contra Israel ao longo do dia. A República Islâmica rejeita negociar um cessar-fogo enquanto estiver sob ataque, ao passo que Israel promete manter a pressão militar.
O embate é um dos mais violentos da história de inimizade de décadas entre Israel e Irã e tem acendido o alerta sobre a possibilidade de uma guerra mais ampla.
Após mirar instalações nucleares, alvos militares e refinarias de gás e petróleo, Israel atingiu neste domingo diversos alvos em Teerã e expandiu ataques a outras regiões do país, como o aeroporto de Mashhad, no extremo leste do Irã, a cerca de 2,3 mil quilômetros de Israel.
Em entrevista ao canal americano Fox News, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que o resultado de sua ofensiva militar “pode certamente” ser a mudança de regime fundamentalista do Irã. Ele instou os iranianos a se levantarem contra o atual regime dos aiatolás.
Israel também matou o novo chefe de Inteligência da Guarda Revolucionária do Irã, Mohammad Kazemi, e seu vice, Hassan Mohaqeq, segundo informou a agência iraniana Tasnim. Na sexta-feira, o comandante-chefe da Guarda, Hossein Salami, também morreu nos ataques.
Centenas de mortos no Irã
Em Teerã, uma densa nuvem de fumaça pairava sobre a cidade após aviões israelenses atingirem dois depósitos de combustível. A mídia local informou que Israel também atacou a sede da polícia e outros 80 alvos na capital iraniana durante a madrugada.
Entre os pontos atingidos está a sede do Ministério da Defesa. Milhares de pessoas tentam deixar a cidade, o que gerou tráfego intenso nos pontos de saída da capital.
O exército israelense também declarou ter atingido novas instalações nucleares, incluindo a sigilosa Organização de Inovação e Pesquisa em Defesa (SPND), caminhões-tanque de combustível e outros alvos.
Sem sinais de trégua, o Irã anunciou que começaria a abrir mesquitas, estações de metrô e escolas para servirem como abrigos improvisados para civis, enquanto Israel continua a bombardear centros urbanos e deixar centenas de vítimas.
O Ministério da Saúde do país informou que ao menos 244 pessoas morreram em 65 horas de bombardeios israelenses. Outras 1.277 ficaram feridas.
Mísseis atingem Israel
Mais cedo, Netanyahu criticou o Irã por supostamente atacar áreas civis. “O Irã pagará um preço muito alto pelo assassinato premeditado de civis, mulheres e crianças”, disse durante visita ao local de um ataque com míssil contra um prédio residencial na cidade costeira de Bat Yam, próxima a Tel Aviv.
As declarações ocorreram poucas horas depois de disparos de mísseis iranianos contra Israel, que mataram ao menos 10 pessoas durante a madrugada, elevando o número de mortos em território israelense para 13 desde sexta-feira. 380 pessoas ficaram feridas.
Os projéteis conseguiram ultrapassar o forte sistema de defesa aéreo israelense, ainda que a maior parte dos mísseis tenha sido interceptada.
Entre as vítimas estão seis pessoas que morreram em um ataque com míssil em Bat Yam, na costa do Mediterrâneo. No norte de Israel, equipes de resgate e médicos disseram que um ataque no fim da noite de sábado destruiu um prédio de três andares na cidade de Tamra, matando quatro mulheres.
Trump veta ataque contra aiatolá
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que Washington “não teve nada a ver” com a campanha israelense iniciada na sexta-feira, mas também ameaçou lançar “toda a força e poder” do exército americano caso o Irã ataque instalações americanas.
Ainda assim, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, acusou Israel de tentar sabotar as negociações nucleares em andamento entre o Irã e os EUA, que, segundo ele, poderiam ter aberto caminho para um acordo, e desacreditou a declaração oficial americana de não ter participação no conflito.
“O ataque de Israel nunca teria acontecido sem a luz verde e o apoio dos EUA”, disse.
Relatos obtidos pela agência de notícias AFP revelam que Trump vetou um plano israelense de assassinar o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei.
“Descobrimos que os israelenses tinham planos para atingir o líder supremo do Irã. O presidente Trump foi contra e dissemos aos israelenses para não prosseguirem”, afirmou um oficial americano à AFP.
O Irã cancelou as negociações nucleares com os EUA previstas para este domingo, alegando que não faz sentido negociar enquanto está sendo atacado. De acordo com a agência de notícias Reuters, o país rejeitou discutir um cessar-fogo sob a mesma justificativa. (Com agências internacionais)
Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.