O governo britânico suspendeu na quarta-feira (4) todos os voos do balneário egípcio de Sharm el-Sheikh com destino ao Reino Unido, após declarar que a queda do avião da empresa Kogalymavia na península do Sinai pode ter sido causada por uma bomba.
“Embora as investigações ainda estejam em curso, nós não podemos afirmar categoricamente por que a aeronave russa caiu. Mas à medida que mais informações são reveladas, nós começamos a considerar que o avião pode ter sido derrubado por um dispositivo explosivo”, afirmou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro britânico, David Cameron.
O Reino Unido é o primeiro país a admitir publicamente que uma bomba ou algum tipo de explosivo pode ter causado a queda do Airbus A321.
O comunicado anunciou ainda a suspensão dos voos saindo de Sharm el-Sheikh com destino ao Reino Unido programados para a noite de quarta-feira, além do adiamento de voos na direção contrária. Especialistas britânicos foram enviados ao balneário a fim de avaliar as medidas de segurança do aeroporto.
“Gostaríamos de salientar que essa é uma medida de precaução e que estamos trabalhando com as companhias aéreas nesse enfoque”, ressaltou o documento.
Sons incomuns
A decisão britânica foi anunciada um dia após a agência de notícias russa Interfax afirmar que sons incomuns foram ouvidos a bordo do avião russo que caiu no Egito no último fim de semana, citando uma fonte próxima à investigação no Cairo. Um satélite militar americano também detectou um “flash” no céu no momento do incidente com o avião.
Em um comunicado, o grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) insistiu nesta quarta-feira que foi o responsável pela queda do avião e desafiou os céticos a provarem o contrário.
Além do Reino Unido, as companhias aéreas Lufthansa e Air France anunciaram no sábado, após o desastre, que não sobrevoarão a região até segunda ordem.
O Airbus A321 partiu no sábado do balneário egípcio de Sharm el-Sheikh com destino a São Petersburgo, na Rússia, com 224 pessoas a bordo. O voo foi interrompido cerca de 20 minutos após a decolagem.
Segundo a Kogalymavia, que opera sob a marca comercial Metrojet, a tripulação não emitiu um chamado de emergência nem tentou contatar o controle de tráfego aéreo. A aeronave teria perdido velocidade rapidamente, durante menos de um minuto, antes de cair na península do Sinai. (Com agências internacionais)