Líderes políticos de grupos rivais da Líbia assinaram nesta quinta-feira (17), no Marrocos, um acordo que prevê a formação de um governo de unidade nacional e que, espera-se, ponha fim aos dois governos líbios – o de Tobruk, reconhecido internacionalmente, e o de Trípoli, considerado rebelde.
O pacto, mediado pela ONU, abre caminho para a Líbia receber ajuda internacional na luta contra os extremistas do “Estado Islâmico” (EI), que se beneficia das lutas internas para estabelecer maior presença no país. A Líbia está imersa em caos desde a queda, em 2011, do ditador Muamar Kadafi.
“Hoje é um dia histórico para a Líbia”, afirmou Martin Kobler, enviado da ONU ao Marrocos. “Este é apenas o início de uma longa jornada para a Líbia. A assinatura é apenas o primeiro passo para colocar a Líbia de volta no caminho certo.”
A assinatura contou com a presença dos ministros de Relações Exteriores de Espanha, Itália, Turquia, Catar, Tunísia e Marrocos, um reflexo do apoio que a comunidade internacional ofereceu a um momento qualificado de “histórico”.
Segundo o acordo, o governo de unidade nacional, com um presidente, dois vice-presidentes e mais seis membros, deverá apresentar o texto de uma nova Constituição a ser, no futuro, referendada pelos líbios.
Este é o terceiro acordo político, em um ano, para tentar estabelecer um governo único em um país minado por conflitos entre grupos rivais e onde seguidores do EI ganham terreno.
Líderes dos Parlamentos rivais da Líbia rejeitaram o acordo de paz, na véspera de ele ser assinado. Ambos disseram que o encontro representa um processo, mas afirmaram que o acordo foi imposto por potências mundiais e pediram por mais tempo para trabalharem em uma iniciativa líbia. (Com agências internacionais)