Ninguém pode ser mais dissimulado do que a presidente Dilma Vana Rousseff. Na capital do Equador, Quito, onde participa da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos (Celac), Dilma abusou da desfaçatez ao afirmar que o Brasil começará “um verdadeiro combate ao vírus da Zika”. A petista disse que o trabalho não deve ser apenas do governo, mas também da sociedade.
A presidente também falou sobre o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. “Se ainda hoje nós não temos uma vacina, tenho certeza que iremos ter, mas vai levar um tempo. A maior vacina contra o vírus da Zika é um combate de cada um de nós”, afirmou Dilma.
Como se exterminar o mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do Zika vírus fosse tão fácil quanto acionar o interruptor da luz da sala, Dilma mostrou na capital equatoriana o seu despreparo para comandar o Brasil, um país com tantas adversidades e que sangra na esteira da crise econômica. “A fêmea, por exemplo, ela põe 400 ovos. Quanto mais água parada, mais esse mosquito se reproduz, e nós não podemos deixá-lo nascer. Então, vai ser um combate casa a casa”, disse.
À frente de um governo marcado pela incompetência e pelo banditismo político, Dilma não tem moral para fazer promessas, por menores e mais simples que sejam. O governo deveria ter tomado as medidas necessárias para evitar o ingresso do Zika vírus no País, mas preferiu ignorar a vulnerabilidade sanitária a que foi submetido o Brasil durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Foi nesse período que o vírus que provoca microcefalia ingressou em território brasileiro.
Por enquanto avançando em progressão aritmética, afinal surgem 200 novos casos de microcefalia por semana, o Zika vírus continua fazendo estragos País afora. Já passam de 4 mil os casos de microcefalia relacionados à doença transmitida pelo Aedes aegypti.
A situação é tão grave, que o Ministério da Saúde decidiu distribuir repelentes às grávidas inscritas no programa “Bolsa Família”, Para as gestantes que não estão no programa que funciona como mantenedor de um curral eleitoral, o governo sugere o uso de repelentes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Ministro da Saúde, o peemedebista Marcelo Castro (PI) recomendou que as grávidas “andem sempre protegidas, de mangas compridas, calças compridas, meias, sapatos, cobrindo todas as partes do corpo para evitar que elas sejam picadas pelo mosquito”. Ou seja, o Brasil está no auge do verão e só faltou o ministro sugerir às gestantes o uso de burkas.
Enquanto o Aedes aegypti transmitia apenas dengue e febre chikungunya, Dilma Rousseff sequer manifestou sua intenção de combater o mosquito. Precisou o Zika vírus dar o ar da graça para que o governo começasse a se movimentar diante da tragédia. O quadro da doença no País é tão sério, que o Brasil deixou de ser destino turístico de mulheres grávidas.