Exaltação dos aduladores de Lula mostra o perigo que o Brasil corre com a miopia dos encabrestados

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Responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Fernando Moro jamais autorizaria uma operação policial, como a que culminou na condução coercitiva do ex-presidente Lula, se a mesma estivesse eivada de ilegalidades. A Operação Aletheia, deflagrada na manhã desta sexta-feira (4), cumpre rigorosamente o que determina a legislação vigente e mostra ao País que ninguém pode dormir no berço esplendido da impunidade.

O fato de a Lava-Jato ter alcançado o lobista-palestrante não significa, nem mesmo debaixo do mais obtuso raciocino, um golpe, como muitos estão a bradar no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul da capital paulista, para onde o ex-presidente foi levado para depor. Manifestantes favoráveis ao petista estão com os ânimos exaltados e repetem de forma incessante a frase “não vai ter golpe”.

Em termos de golpe, se é que assim os aduladores do ex-presidente desejam classificar a Lava-Jato, nada foi maior do que a criminosa dilapidação da Petrobras, estatal que serviu para enriquecer os “donos do poder” e para garantir dos governos do PT um apoio dúbio e ilegal no Congresso.

No momento em que parte da população sai em defesa de alguém que não apenas endossou o avanço da corrupção, mas dela se beneficiou, não se pode esperar dias melhores para um país que derrete no vácuo de uma crise múltipla – política, econômica e institucional – sem que as autoridades tomem qualquer medida para reverter o caos.

Diferentemente do que vociferam os míopes simpatizantes da esquerda nacional, Lula foi responsável pela instalação, na Petrobras, do maior esquema de corrupção da História, permitindo que partidos da base e seus apaniguados saqueassem os cofres da Petrobras, como se a empresa estivesse a serviço de um bandoleiro projeto de poder.


Com a interrupção do Petrolão, a partir dos primeiros passos da Operação Lava-Jato, dados em março de 2014, o PT viu evaporar uma estratégia que visava não apenas a perpetuação da legenda no poder, mas a aniquilação de partidos adversários, que com o passar do tempo ficariam sem ter onde buscar recursos legais para o financiamento de campanhas.

Por mais que a gritaria por parte dos lulistas seja ruidosa e estridente, é preciso que a parcela de bem da sociedade brasileira mantenha-se equilibrada, não aceitando provocações, pois de agora em diante tudo será feito para alimentar o rocambolesco enredo de que Lula é vítima da intolerância das elites e do golpismo da imprensa verde-loura.

Quando uma autoridade torna-se conivente com um esquema de corrupção, não importando o tamanho do mesmo, a nação transforma-se em refém de uma doença incurável, sem que existam possibilidades concretas para debelar a chaga.

A decisão das autoridades de tomar o depoimento de Lula não significa oficialização da culpa, até porque a Constituição Federal reza que todos serão considerados inocentes até o trânsito em julgado de sentença condenatória, mas o ex-presidente abusou da soberba e viveu à sombra da impunidade.

A operação desta sexta-feira não por acaso foi batizada de Aletheia, porque o Brasil precisa conhecer a verdade. Aos que protestam nada justifica o fato de Lula estar sob investigação, importando apenas a tese absurda de que o roubo de alguns encontra justificativa na ignorância política de muitos.