Café da manhã com Lula, Renan e outros investigados na Lava-Jato é formação de quadrilha

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Definitivamente o Brasil é “o país da piada pronta”, como diz o jornalista José Simão. No momento em que uma avalanche de corrupção sacode a nação em todos os quadrantes, políticos envolvidos em escândalos se unem para pregar o falso moralismo, como se a sociedade não soubesse quem são os useiros e vezeiros da roubalheira oficial e institucionalizada.

Na manhã de quarta-feira (9), em Brasília, Lula, a jararaca de pelúcia, foi recebido por Renan Calheiros, presidente do Senado Federal, que ofereceu ao ex-metalúrgico um nababesco café da manhã, bem diferente daquele devorado pela classe mais desassistida do País, a qual os parlamentares dizem representar no Congresso.

Trata-se de um ultraje ao bom senso o lobista-palestrante chorando no ombro do senhor das vacas sagradas de Alagoas. Acusado de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica pelo Ministério Público de São Paulo e alvo da Operação Lava-Jato, que desmontou o maior esquema de corrupção de todos os tempos, Lula foi reclamar com Renan sobre uma suposta perseguição por parte da força-tarefa que investiga os delinquentes envolvidos no Petrolão.

Afundando cada vez mais na Lava-Jato e respondendo a processo no STF por causa do dinheiro nada ortodoxo que usou para pagar as despesas da ex-amante, com quem teve uma filha fora do casamento, Renan chamou para o rega-bofe matinal outros senadores, alguns dos quais também investigados no esquema de corrupção da Petrobras. Todos unidos na missão de adular à vontade o chefe da quadrilha que impôs ao Brasil o período mais corrupto de sua história.

O País naufraga em uma crise econômica sem precedentes e que aumenta com o passar dos dias, mas senadores se juntam para ouvir, logo cedo, as besteiras de uma raposa política que usa o populismo barato e o discurso inflamado para enganar a parcela desavisada da população. O objetivo de Lula, sabe a maioria dos brasileiros, é salvar o PT, prestes a ser varrido da cena política, e a própria trajetória, que agora é um inequívoco caso de polícia.


Alarife experimentado, Lula vale-se da tese obscena do “nós contra eles” apenas para continuar iludindo aqueles que acreditam ser ele um pobretão injustiçado e perseguido que critica com suposta competência a elite. Mal sabem esses incautos que Lula é um elitista convicto que se juntou ao capital para mandar a classe trabalhadora para o subsolo do caos.

Lula procurou Renan Calheiros porque sabe ser o próximo final de semana decisivo para que o cambaleante governo da “companheira” Dilma dure mais alguns meses e ele próprio [Lula] sobreviva politicamente pelo mesmo período. Esse desespero encontra explicação na convenção nacional do PMDB, principal partido da base aliada e legenda comandada pelo vice Michel Temer. Caso o PMDB decida desembarcar do governo, Dilma precisará ser malabarista para manter-se no poder.

Interesses político-partidários à parte, o café da manhã que reuniu Lula, Renan e outros investigados na Operação Lava-Jato foi custeado pelo suado dinheiro do contribuinte. Ou seja, essa súcia se juntou para decidir como prejudicar o povo brasileiro, que continua crendo que políticos são bem intencionados.

Em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis e corajosas – não é o caso do Brasil – o tal café da manhã seria considerado formação de quadrilha e os partícipes a essa altura já estariam contemplando o nascer do astro-rei de forma geometricamente distinta. Em outras palavras, o famoso sol quadrado.

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