Que Dilma Rousseff é desprovida de bom senso todos sabem, mas ultrapassa os limites do autismo político uma governante convocar uma coletiva de imprensa para negar a possibilidade de renúncia, quando no mesmo dia pelo menos 20 pessoas morreram por conta da forte chuva que levou o caos a 30 cidades da Região Metropolitana de São Paulo.
Para Dilma, que demorou sete dias para sobrevoar a região de Mariana que foi atingida pela lama da Samarco, sua eventual renúncia e o pedido de prisão preventiva do “criador” Lula são mais importantes do que vinte vidas perdidas em uma tragédia. Isso mostra que a petista perdeu as rasas condições que tinha de continuar governando o País.
Durante o encontro com os jornalistas, a presidente disse “não ter cara” de quem renuncia. “Vocês acham que eu tenho cara de estar resignada? Vocês acham que eu tenho gênio para me resignar e renunciar?”, esbravejou a petista. De fato Dilma não está com semblante de alguém que renunciará ao mandato, mas de quem está à frente de um governo que aguarda o próprio funeral.
Se de fato a ignorância é contagiosa, como garantem alguns, no caso de Dilma, que ainda está em fase inicial, o contágio pode ser decorrente do extenso convívio com Lula, o apedeuta que alcançou a proeza de ministrar dezenas de palestras em pouco mais de três anos.
Acreditando que resignação é palavra de significado único, Dilma respondeu aos jornalistas que não há de se resignar-se diante das dificuldades. O ser humano deve ser otimista até mesmo nos momentos mais difíceis e adversos, resignando-se diante dos mesmos quando é chegado o momento de jogar a toalha. Mas a outrora companheira Wanda, de tantas barbáries na luta armada, por certo não sabe que resignação, no português castiço (ela não deve saber o que é isso) significa também demissão voluntária de determinado cargo.
A mandatária brasileira acabou sendo redundante em sua fala ao mencionar resignação e renúncia, mas seu desconhecimento acerca de ambas as palavras mostrou-se evidente quando a presidente se enrolou ao trocar resignar-se por renunciar. O que daria no mesmo, se considerada a essência de resignar. Porém, o pior é que Dilma usou o verbo “renunciar” no reflexivo ao dizer “eu me renuncio”. Ou seja, a presidente está desistindo dela mesma.
Dilma por enquanto garante que não renuncia ao mandato, mas com o avanço da crise a petista poderá mudar de ideia, antes que saia do palácio do Planalto pela porta dos fundos, por onde também entrará para a história.
Causa espécie nesse episódio dantesco, que teve lugar no Palácio do Planalto, a falta de traquejo político e sensibilidade política de alguém que insiste em permanecer no poder, mas não consegue olhar para além das janelas da sede do governo. E não é por falta de janelas no Palácio do Planalto que Dilma deixou de enxergar a dura realidade que se abateu sobre as cidades paulistas em meio ao temporal que arrastou vidas, esperanças e sonhos.
Confira abaixo a vexatória confusão gramatical protagonizada por Dilma: