Operação Publicano: delator afirma que campanha de Richa embolsou R$ 4,3 milhões em propina

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Piora cada vez mais a situação de Carlos Alberto Richa (PSDB), governador do Paraná e conhecido no mundo político como Beto Richa, acusado de reforçar o caixa de campanha à reeleição com dinheiro de propina. Delator na Operação Publicano, Luiz Antônio de Sousa, auditor fiscal da Receita paranaense, afirmou em acordo de colaboração premiada que foram arrecadados R$ 4,3 milhões em propina para a campanha eleitoral de Richa, em 2014.

A apuração do caso está sob a responsabilidade do Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que o governador goza da prerrogativa de foro por exercício de função, o chamado foro privilegiado.

De acordo com as primeiras informações, o valor que teria sido arrecadado por meio de cobrança de propinas era, inicialmente, de R$ 2 milhões, mas Sousa relatou sobre montante maior e apontou o caminho do dinheiro – as delegacias regionais da Receita em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Umuarama, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa.

A investigação apura fraudes na Receita estadual, na qual integrantes do esquema criminoso cobravam propina para anular débitos milionários de empresas com o fisco do Paraná. Vice-procuradora-geral da República, Ella Wiecko requereu ao STJ que instaurasse inquérito contra Beto Richa por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica para fins eleitorais.


Por questões óbvias o governador nega as acusações, mas pessoas próximas ao tucano disseram ao editor do UCHO.INFO que Richa foi alertado várias vezes sobre o perigo que representava a fonte de recursos ilícitos. Um dos nossos interlocutores afirmou sem hesitar: “Não foi por falta de aviso”.

Analisando as denúncias do delator e considerando que o dinheiro imundo passou por delegacias regionais da Receita estadual localizadas em importantes cidades do Paraná, não é difícil listar os nomes dos assessores de Richa que podem ser arrastados para o olho do furacão. Ademais, é importante que os investigadores avancem na apuração dos fatos, pois outras pessoas se beneficiaram com largueza do esquema criminoso, passando a ostentar repentinamente um estilo de vida incompatível com os respectivos salários.

Quem conhece o esquema criminoso que funcionava na Receita do Paraná sabe com detalhes do episódio do envelope com dinheiro deixado no banheiro do gabinete de um destacado colaborador de Richa. Um empresário que enfrentava dificuldades na Secretaria da Fazenda resolveu a questão com R$ 100 mil. O colaborador corrupto apontou para a porta do banheiro e, após a saída do empresário, apressou-se para colocar as mãos no dinheiro sujo. Coisas do Brasil!

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