A Comissão Especial Impeachment aprovou na noite de segunda-feira (11), por 38 votos a favor e 27 contra, o relatório do deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) pela admissibilidade da abertura de processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. O que não significa que o afastamento da presidente da República, acusada de crime de responsabilidade por conta das “pedaladas fiscais”, esteja resolvido. Ao contrário, como noticiou o UCHO.INFO em matéria anterior, a partir de agora é preciso muito mais empenho e pressão por parte dos brasileiros de bem para que o processo seja aprovado no plenário da Câmara dos Deputados e, na sequência, seja remetido ao Senado Federal.
Para o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), a aprovação da admissibilidade é a demonstração da força que tem o voto pelo impeachment. “A comissão especial foi formada após clara intervenção do Supremo Tribunal Federal para garantir um cenário favorável ao governo e Dilma. E mesmo assim não funcionou”, lembrou o parlamentar.
Para Freire, apesar da vitória na comissão, nada está definido ainda. “É hora de nos prepararmos para a votação no plenário. Nada está definido. Cabe à sociedade continuar a pressão junto aos parlamentares indecisos”, conclamou o presidente de do PPS.
O líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), também alertou para a importância dos parlamentares e da população continuarem em mobilização permanente. “Conquistamos a primeira vitória, mas a trabalho de convencimento dos parlamentares precisa continuar firme. O governo joga pesado e oferece de tudo para comprar os votos de deputados. Contamos com o apoio e a pressão da sociedade para retirar essa organização criminosa do poder”, afirmou o após a votação na comissão especial.
Durante discurso na comissão, Rubens Bueno citou indicativos econômicos, como a taxa de desemprego, e relatórios do Banco Central para criticar a política econômica praticada pelo PT nos últimos anos. “Não vamos mais aceitar essa narrativa cínica daqueles que tentam omitir a realidade. É de 60 bilhões de reais o déficit com as pedaladas fiscais da presidente Dilma Rousseff”, afirmou.
O líder do PPS também enfatizou: “Estamos chegando a 10 milhões de desempregados graças à fraude fiscal da presidente Dilma, o que é crime de responsabilidade”. O deputado lembrou, ainda, que participou da votação da Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2000, e “o PT votou contra a proposta”.
O deputado Alex Manente (SP) também defendeu a admissibilidade para a abertura do processo contra Dilma Rousseff. “Estamos dando o primeiro passo na direção de um novo rumo para o país. Um país que possa ter o serviço público decente. Nosso partido votará 100% a favor da abertura do processo”, disse.
Lembrou ainda que o Brasil passa por um momento grave por causa do desemprego e do arrocho fiscal. “Nós temos a possibilidade de enxergar o que as ruas vêm demonstrando, que é o sentimento de mudança que tanto o Brasil deseja”, destacou o parlamentar.