Impeachment: desesperado, governo considera possibilidade de derrota e trama golpe nos bastidores

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Há uma clara dicotomia no discurso governista quando o assunto é o impeachment de Dilma Vana Rousseff. Petistas e aliados têm usado a tribuna da Câmara dos Deputados – assim como fazem nos corredores da Casa legislativa – para dizer que a democracia prevalecerá e que o pedido de impedimento da presidente da República será derrotado. Isso porque a chamada base aliada já tem 200 votos a favor do governo.

De chofre a contabilidade do impeachment não bate com os números alardeados pelo grupo do governo, pois o contingente de deputados a favor do impeachment mantém-se na faixa da aprovação e com alguns ganhos nas últimas horas. Ou seja, somados os números temos uma Câmara com muito mais deputados do que os 513 que de fato existem.

Caso fosse o cenário tão favorável ao governo, como vem sendo alardeado, não haveria necessidade de os palacianos investirem com tanta volúpia contra os traidores de plantão e os indecisos. A situação é tão grave na seara do governo, que pelo menos três “placares” do impeachment (Estadão, O Globo, e Folha de S. Paulo) dão como certa a aprovação do pedido de impeachment, mesmo que com pequena vantagem. Fora isso, muitos analistas e jornalistas experientes que cobrem o cotidiano da política nacional, em Brasília, apostam na vitória do “SIM”.

Outro ponto que traduz o temor que se instalou no Palácio do Planalto é a atuação do lobista-palestrante Lula, que a partir de um quarto de hotel na capital dos brasileiros age como cafetão político de um governo criminoso, corrupto e cambaleante. Em evento promovido por movimentos sociais neste sábado (16), em Brasília, o ex-metalúrgico adotou o discurso bandoleiro e disse que as negociações para barrar o impeachment são tão intensas, que mais parecem a Bolsa de Valores.

“Conquistar votos é uma guerra, parece a Bolsa de Valores, sobe e desce toda hora, então temos que ficar negociando o tempo todo. Hoje, eu ainda vou conversar com três governadores”, disse o alarife Lula em encontro com a “companheirada” no ginásio Nilson Nelson, em Brasília.

Essa declaração, feita a manifestantes contratados e que sequer sabem o que estão a fazer na capital federal, mostra o nível das negociações orquestradas por um governo delinquente, cujos integrantes ousam em falar em golpe. Eles próprios protagonizaram um conjunto de golpes ao longo de treze anos, mas agora querem agregar mais um ao cipoal golpista que pode transformar o Brasil em versão agigantada da Venezuela, onde a palavra da democracia existe apenas no dicionário.


Contudo, mais um detalhe mostra que é falsa a certeza exalada pelos governistas em relação ao impeachment. Os petistas já se movimentam nos subterrâneos do poder para apresentar uma proposta de eleições gerais caso Dilma Rousseff seja apeada do cargo. O plano vem sendo ancorado juridicamente pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil.

Trata-se de mais um golpe petista contra a democracia, pois com a eventual queda de Dilma quem assume a Presidência, de acordo com o que estabelece a Constituição Federal, é o vice-presidente, no caso o peemedebista Michel Temer.

“Se o impeachment de fato for decretado, passar pelo Senado, nós vamos defender eleições gerais porque não reconhecemos no vice-presidente condições morais e jurídicas para vir a presidir o Brasil. O caminho para isso é apresentar uma PEC com amplo apoio popular, recolher milhões de assinaturas. Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender também. Nós vamos conviver com um golpe? Não. Assim como não convivemos com a ditadura”, afirmou Damous.

Para quem estudo Direito e presidiu uma seccional da OAB, Wadih Damous é a fulanização do golpe que o PT constrói intramuros. Afinal, a proposta de eleições gerais mostra que os petistas só defendem a democracia desde que a Constituição possa ser violada constantemente ou, então, que seja moldada de acordo com os interesses de um partido político que acertadamente já foi classificado como organização criminosa.

Esse crescente desespero petista por não sair do comando do País possivelmente tem muitas explicações, mas a mais convincente é o medo de que o brasileiro descubra a verdadeira extensão da roubalheira que levou o País à débâcle generalizada. Por isso, todo cidadão de bem tem o dever de exigir, por impeachment ou não, o fim do governo mais corrupto da história nacional.

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