Zelotes: condução coercitiva de Mantega causa preocupação no Planalto e piora situação do governo

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Em cartaz desde março de 2015, a Operação Zelotes, da Polícia Federal, vem colaborando para o fim melancólico da passagem da ainda presidente pelo Palácio do Planalto. Nesta segunda-feira (9), na semana em que Dilma poderá ser afastada do cargo, a PF, cumprindo mandado judicial, levou de forma coercitiva o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) para depor no inquérito que apura casos de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o polêmico CARF, órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

Com sigilo fiscal e bancário quebrados por ordem da Justiça desde novembro passado, Mantega é alvo das investigações que podem levar à cadeia alguns próceres petistas, além de empresários e lobistas, alguns já presos preventivamente.

Na sétima fase da Operação Zelotes, deflagrada nesta segunda-feira, investigadores apuram a ligação de Mantega com empresa suspeita de comprar decisões do CARF. O ex-ministro foi citado por alguns dos investigados como sendo amigo de Victor Sandri, dono da empresa Cimento Penha, suspeita de comprar decisões do órgão.


De chofre a Justiça negou o pedido da Polícia Federal para realizar a condução coercitiva de Guido Mantega, mas em seguida o Ministério Público Federal e a corporação reuniram novos elementos para embasar o pedido, devidamente autorizado.

Além da condução do ex-ministro, que causou muita preocupação no Palácio do Planalto logo nas primeiras horas do dia, a PF deve cumprir cerca de 30 mandados, de busca e apreensão e de condução coercitiva no Distrito Federal, São Paulo e Pernambuco.

Também foi alvo de condução coercitiva José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do CARF e já condenado por participação nas fraudes no âmbito do Conselho.

Além da compra de decisões do CARF, a Operação Zelotes apura a venda de medidas provisórias para montadoras de automóveis. Os envolvidos nesse esquema estão presos, sendo que alguns têm ligação com Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente da República, e com o próprio Lula.

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