Lava-Jato: defensora fanática de Dilma, Gleisi terá de devolver R$ 2 milhões ao erário

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Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), a mais estridente, fanática e pífia defensora da honestidade da “companheira” Dilma Rousseff – além de especialista em fazer-se de vítima, até de supostos “ataques nazistas” – terá de devolver R$ 2 milhões aos cofres públicos.

O pedido de devolução do gordo “pixuleco” recebido dos cofres da Petrobras está em denúncia oferecida ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e mira a senadora petista, seu marido (o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva) e o empresário Ernesto Kugler.

Os três devem devolver a quantia por envolvimento no Petrolão, o maior esquema de corrupção de todos os tempos, desmontado pela Operação Lava-Jato. De acordo com Janot, R$ 1 milhão do montante a ser devolvido é equivalente à multa por danos materiais ao erário, enquanto que a outra metade deve suprir os danos morais, já que, conforme escreve o procurador-geral da República, “os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos, sendo dificilmente quantificados”.

Gleisi, Paulo Bernardo e Kugler são acusados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Os termos da denúncia relacionam os três a um esquema de desvio R$ 1 milhão da Petrobras. Essa denúncia é apenas a ponta de um enorme iceberg de corrupção em que parece envolvida a senadora petista. Outras acusações, que ainda não aterrissaram no STF, são ainda mais graves e envolvem valores maiores.

Uma das acusações faz parte da Operação é a Pixuleco II (18ª fase da Lava-Jato), tem como foco um esquema criminoso operado a partir do Ministério do Planejamento, que pode ter rendido R$ 53 milhões aos envolvidos. Pelo menos R$ 8 milhões teriam sido repassados a Gleisi a partir de uma triangulação envolvendo um advogado petista de Curitiba, Guilherme Gonçalves.

O montante de R$ 1 milhão foi requisitado por Paulo Bernardo ao ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, e os pagamentos foram feitos com ajuda de Kugler, que acabou recebendo, em nome do casal, dinheiro que tinha o Petrolão como origem.


Segundo Rodrigo Janot, o valor solicitado por Paulo Bernardo foi uma barganha para que tanto a senadora quanto o ex-ministro, nomes importantes nos quadros do PT, apoiassem a manutenção de Paulo Roberto Costa à frente da diretoria da empresa e não revelassem às autoridades o esquema de corrupção. O procurador-geral da República sustenta também que Bernardo agia como “verdadeiro operador de sua esposa”, valendo-se inclusive da importância do ministério que ele ocupava (Planejamento).

A abertura do inquérito contra o trio tem como base a delação premiada do próprio Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Lava-Jato. Em seguida, as informações que ele ofereceu contra Gleisi, o marido e o empresário, no acordo com o Ministério Público Federal, foram ratificadas pelo doleiro Alberto Youssef, que afirmou ter realizado os pagamentos à campanha da petista.

A denúncia de Janot ao Supremo só ganhou forma, no entanto, após o depoimento prestado em acordo de delação premiada do advogado Antonio Carlos Brasil Fioravante Pieruccin. Embora Gleisi, Bernardo e Kugler negassem todas as acusações, Pieruccin, que trabalhava como entregador de Youssef, confirmou ter feito repasses para a campanha da senadora diretamente a Kugler. O advogado afirma que usava uma caixa lacrada com uma etiqueta onde se lia “P.B./Gleisi”.

A quebra do sigilo telefônico dos investigados sustentou o teor das delações premiadas. Embora negassem contato, Kugler fez 116 ligações para o PT em um período de quatro meses no período das eleições e outras 29 para o número do responsável pela administração financeira da campanha de Gleisi. Há também provas de telefonemas feitos diretamente para a senadora.

A análise da denúncia de Janot deverá ser feita pelo ministro do Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no STF. No caso de o ministro considerar a existência de elementos suficientes contra os acusados, a senadora, o ex-ministro e o empresário amigo do casal passarão de investigados a réus. Se condenada, Gleisi perderá seu mandato no Senado.

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