Continua longa e árdua a lição de casa a ser feita para tirar o Brasil da crise, mas o mercado financeiro global começa a apostar em uma melhora do cenário com o passar do tempo, algo que não acontecia quando Dilma Rousseff estava no poder. Isso porque a teimosia da petita e a necessidade de seu partido de apostar na pirotecnia oficial tiraram do País a chance de recuperar a economia.
Na revisão do relatório “Perspectiva Econômica Global”, divulgado nesta terça-feira (19), o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a perspectivas para a economia do Brasil para este ano e o próximo. Entretanto, o País terá desempenho bem aquém ao cenário desenhado para a América Latina, como um todo, e sujeito a incertezas.
No relatório, o FMI passou a ver contração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 3,3% em 2016, contra retração de 3,8% estimada em abril. Já para 2017, o organismo passou a ver alguma recuperação, com crescimento de 0,5%, contra estagnação projetada anteriormente.
Parte dessa revisão deve-se à contração menor do que a esperada da economia brasileira nos três primeiros meses do ano, de 0,3% sobre o quarto trimestre.
No mais, “a confiança do consumidor e das empresas parece ter saído do nível mais baixo”, destacou o FMI. Só em junho, por exemplo, a confiança da indústria e do consumidor mostrou importante impulso, diante da melhora nas expectativas, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas.
Apesar da melhora no cenário do FMI, o Brasil fica bem atrás quando se considera o quatro geral para a América Latina e Caribe, que deve apresentar retração de 0,4% neste ano e expandir 1,6% no próximo. Em ambos os casos, houve melhora de 0,1 ponto percentual nas projeções comparadas com o levantamento anterior.
Um dos principais riscos para a região é o Zika vírus. O FMI alertou ainda que as perspectivas para o Brasil são turvas, diante das incertezas que rondam o cenário político e de medidas econômicas.
Na opinião do Fundo, o impacto da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia (UE), no entanto, é relativamente inexistente para a economia global, à exceção da própria Europa.
Para os mercados emergentes e economias em desenvolvimento o FMI não alterou seu cenário, vendo crescimento de 4,1% e 4,6%, respectivamente, em 2016 e 2017.
No curto prazo, a visão do FMI para a China melhorou devido às recentes medidas de suporte, com a conta para o crescimento do PIB em 2016 subindo em 0,1 ponto percentual, a 6,6 por cento.
A economia deve desacelerar em 2017 a 6,2 por cento, projeção inalterada. “As autoridades precisam estar prontas para agir de forma mais agressiva e cooperativa se o impacto da turbulência dos mercados financeiros e a maior incerteza ameaçarem enfraquecer substancialmente o cenário global”, alertou o FMI.