Candidato de Gleisi à prefeitura de Curitiba é condenado a devolver R$ 390 mil por desvio de recursos

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A 4ª Câmara do Tribunal de Justiça do Paraná condenou o deputado estadual Tadeu Veneri (PT) a devolver R$ 390 mil (em valores atualizados) referentes a recursos de (verba de gabinete) desviados em 2010 para, segundo a ação, a campanha de reeleição do petista no Legislativo. Paranaense. A sentença será publicada nesta quarta-feira (20).

Veneri é o candidato da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) à prefeitura de Curitiba. A própria senadora está atolada em denúncias de corrupção, foi denunciada por seis delatores da Operação Lava-Jato e teve o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), preso por suposta participação em um esquema que surrupiou R$ 100 milhões de servidores federais aposentados que recorreram a empréstimos consignados.

A denúncia contra Veneri partiu do deputado Stephanes Jr. (PSB) e foi formulada em 2011. O petista é acusado de “embolsar” R$ 275 mil (valores da época) em verbas de representação da Assembleia Legislativa e, de acordo com a denúncia, o dinheiro foi supostamente usado de forma não permitida pelo regimento da Casa, entre os quais o financiamento de campanhas de reeleição do próprio parlamentar.

Uma perícia nas notas apresentadas fiscais a Assembleia por Veneri foi desfavorável ao deputado petista. Outra perícia, realizada a pedido do autor de ação popular e juntada aos autos, encontrou indícios de fraude nas notas utilizadas pelo petista para justificar o recebimento de R$ 275 mil em verbas de ressarcimento.


Tadeu Veneri tem outros esqueletos no armário. Na campanha de 2014, o petista recebeu R$ 213.750,00 da Construtora Odebrecht, empreiteira investigada no Petrolão e que pagou, só na ampliação da Repar, em Araucária, R$ 85,9 milhões em propinas ao PT e ao PP, conforme a delação do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco. Por conta dessas doações, o parlamentar ganhou o apelido, no Paraná, de “Tadeuzinho Odebrecht”.

Ainda em 2014, Veneri recebeu mais R$ 34 mil, em duas parcelas de R$ 17 mil, da JBS, a empresa denunciada por maltratar funcionários e desrespeitar as leis trabalhistas. A JBS também é acusada de repassar propinas para senadores nas eleições de 2014. As doações suspeitas representam 41,5% dos R$ 596,4 mil arrecadados por Veneri em 2014.

Na sua outra campanha, em 2010, Veneri recebeu R$ 20.834,67 do agora ex-petista e ex-deputado André Vargas Ilário, condenado e preso na Operação Lava-Jato. Do PT vieram outros R$ 47,5 mil. A imprensa já noticiou que de todo dinheiro repassado pelo PT, ao menos 75% têm como origem empreiteiras enroladas no Petrolão.

A ligação de Veneri com Gleisi é tão forte, que o deputado chegou a agredir uma manifestante no “plenarinho” da Assembleia, porque essa fez menção às cirurgias plásticas da senadora. Veneri agrediu e expulsou à força uma manifestante que pedia o impeachment da “companheira” Dilma na Assembleia Legislativa. Seu crime foi abrir um cartaz fazendo menção as plásticas de Gleisi. Veneri desceu da mesa de honra e a expulsou à base de empurrões.

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