Está em andamento, em São Paulo, um dos maiores sequestros do País em termos de valor de resgate. Aparecida Schunck Flosi Palmeira (à direita na foto), 67 anos, sogra do chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, foi sequestrada na última sexta-feira (22) no bairro de Interlagos, na Zona Sul da capital paulista. Aparecida é mãe de Fabiana Flosi, 38 anos, casada com Ecclestone, 85, e mora em Londres.
Ao contrário dos bólidos da Fórmula 1, que chegam ao final das retas dos autódromos em velocidade assustadora e rivalizam por um misero segundo, os sequestradores aparentemente não estão com tanta pressa.
Os criminosos estão cumprindo a “cartilha” do sequestro e mantendo contatos com a família da vítima, mas tudo em dose homeopática para que o valor do resgate não seja reduzido de forma drástica. De acordo com informações ainda não confirmadas, os sequestradores estariam exigindo R$ 120 milhões para libertar a sogra de Ecclestone.
Os criminosos, em um dos contatos, teriam pedido para que o pagamento fosse em libras esterlinas, sendo que o montante deveria ser dividido em quatro sacolas.
É fato que a vida do ser humano não tem preço, mas ainda é cedo para ceder à pressão dos sequestradores, que apostam na fortuna de Bernie Ecclestone para conseguir um valor próximo ao solicitado. O comandante da F1 tem fortuna avaliada em R$ 8 bilhões e após rumoroso processo de divórcio teve de pagar R$ 1,7 bilhão à ex-modelo corata Slavica Radic, com que viveu durante 25 anos.
Comparado à fortuna de Ecclestone, o valor pedido pelos sequestradores é pequeno, mas a logística de eventual pagamento é o principal entrave. Mesmo que as exigências dos criminosos sejam atendidas, o valor do resgate, ao câmbio desta segunda-feira (25), de 28 milhões de libras esterlinas – quatro sacolas com sete milhões de libras cada. Esse montante representa um volume físico que dificulta o pagamento, sem contar que seria difícil para os sequestradores fazerem qualquer movimentação com esse dinheiro.
Por outro lado, não se pode esquecer que a Divisão Antissequestro (DAS) da Polícia Civil de São Paulo é extremamente competente e a essa altura já está com os criminosos no radar das investigações. A DAS aprimorou a atuação dos seus integrantes ao longo de casos conhecidos, como o do publicitário Washington Olivetto, libertado após permanecer 53 dias em poder dos sequestradores, que na ocasião pediram resgate de US$ 18 milhões.
