O boxeador marroquino Hassan Saada, 22 anos, sofreu um nocaute antes de adentrar o ringue olímpico. Saada foi preso na manhã desta sexta-feira (5) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por acusação de assédio sexual e tentativa de estupro na Vila Olímpica.
De acordo com o boletim de ocorrência, o atleta do Marrocos teria atacado duas camareiras que limpavam seu quarto no alojamento dos atletas, mas ele nega a acusação. Saada alega que é “muito popular” em seu país e que está “acostumado a lidar com assédio de fãs”.
Segundo as supostas vítimas, com uma das mãos ele teria pressionado uma das camareiras contra a parede e levantado sua perna. Também teria passado a mão nos seios de outra camareira, que estava no quarto, segundo o relato na delegacia. A legislação brasileira classifica como estupro não apenas a conjunção carnal, mas também atos libidinosos.
Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que o boxeador “foi incurso no artigo 213 do Código Penal, pelo crime de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinosos”.
Ainda de acordo com o comunicado, a juíza Larissa Nunes Saly, do Juizado do Torcedor e Grandes Eventos do tribunal, decretou a prisão temporária por 15 dias, pois “se trata de atleta estrangeiro, sem residência fixa no país”.
O acusado está detido na 42ª DP, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, mas será transferido para o complexo penitenciário de Bangu. A prisão do atleta pode inviabilizar sua participação na Olimpíada.
“As camareiras estavam muito abaladas, muito traumatizadas. Estamos trabalhando para confirmar que isso aconteceu”, afirmou a delegada Carolina Salomão.
Um advogado constituído para cuidar do caso tenta liberar o atleta, para que ele possa competir no Rio de Janeiro. Sua primeira luta está marcada para acontecer às 12h30 do sábado (6), na categoria meio-pesado (até 81 kg).
“Ele já está com um advogado aqui, vai tentar disputar a luta dele. Isso quem decide é o juiz, eu não tenho como saber”, disse a delegada.
Com resultados pouco expressivos na carreira, o boxeador, uma das apostas da delegação marroquina, conquistou o nono lugar no Mundial de 2015, em Doha, e terceiro lugar no campeonato africano de 2015, em Casablanca, sua cidade natal.