Com 96,48% das urnas apuradas, João Doria, candidato do PSDB, vence no primeiro turno a corrida à prefeitura de São Paulo, confirmando notícia publicada pelo UCHO.INFO na noite de sábado (1). Com 53,37% dos votos válidos (20h40), Doria acabou com a esperança do PT, que logo após o fechamento das urnas comemorava a possível participação do prefeito Fernando Haddad no segundo turno, algo considerado como ato heroico, caso fosse confirmado.
Haddad, que tentava a reeleição, conquistou 16,67% dos votos válidos, o que confirma o desejo do eleitor paulistano de se livrar do PT, partido que protagonizou o maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, além de ter arruinado a economia nacional em apenas treze anos (leia-se Lula e Dilma Rousseff).
Em terceiro lugar na disputa ficou Celso Russomanno (PRB), com 13,61%, seguido por Marta Suplicy (PMDB), com 10,13%. Com um discurso radical e guinado à esquerda, Luiza Erundina, do PSOL, acabou na quinta colocação, com 3,17%. Candidato do Solidariedade, Major Olímpio ficou em sexto lugar, com 2,02%. (Apuração até as 20h40)
O resultado da eleição na maior cidade brasileira proporciona diversas interpretações. A primeira trata da enorme dificuldade que o PT terá para ressurgir no cenário político, depois da enxurrada de corrupção que alcançou próceres do partido, a começar por Lula, e da incompetência que marcou principalmente o governo de Dilma Rousseff. Isso porque a capital paulista é a vitrine política do País e uma eleição local representa uma prévia do que poderá acontecer em 2018, quando os brasileiros escolherão um novo presidente da República.
A segunda interpretação que surge é que a vitória de João Doria dá força extra ao PSDB, que desde o início do processo do impeachment de Dilma marcou posição sem convencer a sociedade. A postura de Aécio neves, presidente nacional da legenda, ficou aquém do esperado no caso do impeachment, sem contar que o senador mineiro ainda não mostrou a que veio como parlamentar.
A terceira interpretação gira na arriscada, mas acertada, aposta do governo Geraldo Alckmin, que bancou a candidatura de Doria, mesmo contrariando o desejo de muitos tucanos de fina plumagem. A vitória de João Doria, ainda no primeiro turno, aumenta o cacife de Alckmin como pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, situação que deve crescer ao longo dos próximos dois anos.
Por fim, Doria terá todas as condições de fazer uma boa gestão, pois contará não apenas com o apoio irrestrito do padrinho político Geraldo Alckmin, mas também do presidente Michel Temer, que não deve medir esforços para mostrar serviço na capital dos paulistas, o que lhe daria munição para sonhar em lançar um candidato à própria sucessão.