Vestidas de verde e amarelo e portando cartazes, milhares de pessoas reúnem-se neste domingo (4) em aproximadamente de 200 cidades brasileiras para protestar contra o desfigurado pacote de medidas anticorrupção e a favor da Operação Lava-Jato, que da forma como foi aprovado colocou sob ameaça as investigações do Petrolão.
Em Brasília, de acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, entre 4 e 5 mil pessoas participavam pacificamente pela manhã da manifestação diante da Esplanada dos Ministérios. Segundo os organizadores, o protesto reuniu perto de 25 mil manifestantes. A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do DF montou forte esquema de segurança, preocupada com a repetição da onda de vandalismo que teve lugar na última semana, quando baderneiro de aluguel contratados pela esquerda raivosa destruíram patrimônios público e privado.
No Rio de Janeiro, centenas de pessoas aglomeraram-se ao longo do trecho que separa os postos 4 e 5 da Praia de Copacabana, em manifestações contra a decisão da Câmara dos Deputados de aprovar, com escandalosas alterações, o Projeto de Lei 4850/2016, que inclui medidas anticorrupção, mas que acabou enxertado com o crime de abuso de autoridade, o que engessa as ações do Judiciário e do Ministério Público.
Além de movimentos populares, o protesto na capital fluminense foi convocado pela Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj) e Associação do Ministério Público do Estado (Amperj). Na avaliação das entidades, “a manifestação é uma oportunidade para que todos se juntem contra a responsabilização criminal de juízes e membros do Ministério Público”.
Renan, Maia e Moro
Durante o protesto no Rio de Janeiro, os manifestantes gritavam palavras de ordem e ostentavam slogans como “Diga não a esse absurdo. O que o povo pedia? Prisão aos corruptos! O que eles entregaram? Prisão a juízes e promotores”, “Podem até calar a Justiça, mas não podem calar a voz do povo”. Fora isso, palavras de ordem como “Fora Renan”, “Fora Maia” [Rodrigo Maia, presidente da Câmara] e “Viva Moro”, em referência ao juiz da Lava-Jato, marcaram as manifestações. Organizadores estimaram em 600 mil o número de manifestantes.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, o protesto começou às 14h (horário de Brasília) e a via está dividida entre os movimentos que convocaram as manifestações. O grupo cantou o Hino Nacional no início do ato. Um boneco “Pixuleco” do presidente do Senado, Renan Calheiros, “desfila” pela avenida que é o centro econômico-financeiro do País.
Na última quinta-feira (1), o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou parcialmente uma denúncia contra Renan Calheiros, que pela primeira vez tornou-se réu em ação penal. O senador alagoano é acusado de peculato (desvio de dinheiro público), por meio de verba indenizatória do próprio gabinete, e de receber propinas da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento da pensão de uma filha fruto de relacionamento extraconjugal, de 2004 a 2006.
Em nota divulgada neste domingo, o presidente do Senado afirmou que “as manifestações são legítimas e, dentro da ordem, devem ser respeitadas”. (Com agências de notícias)