Quem não se recorda de Tim Tones, personagem do humorista Chico Anysio (vídeo ao final da matéria) que satirizava o pastor norte-americano Jim Jones, fundador da seita pentecostal cristã Tempo dos Povos e que induziu 918 pessoas ao suicídio na selva amazônica, mas precisamente na Guiana.
Pregador do Cristianismo socialista, o que por si só é uma redundância, Jones ficou famoso não apenas pelo suicídio coletivo, ocorrido em 18 de novembro de 1979, mas também e principalmente pela sua sanha em relação ao dinheiro.
O personagem de Chico Anysio sempre marcava suas aparições com o bordão “podem correr a sacolinha”, uma espécie de ordem para que os seguidores fizessem doações em dinheiro. Algo que Jim Jones também fazia com destreza e desfaçatez impressionantes.
A crise econômica que chacoalha o Brasil é tão grave e profunda, que até a fé vem sofrendo revezes. Um dos cartões postais do País, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, também aderiu a Jim Jones e em breve começará a passar a sacolinha. Não porque o dízimo recolhido nas igrejas seja insuficiente, mas em jogo está a manutenção do monumento que é visitado anualmente por milhões de turistas que desembarcam naquela que agora é a Cidade Maravilhosa apenas quando contemplada do céu.
Diante das agruras financeiras que emolduram o cotidiano nacional, a Arquidiocese do Rio de Janeiro lançará nos próximos dias a campanha “Amigos do Cristo Redentor”, cujo objetivo é angariar fundos para custear a manutenção da estátua que foi inaugurada em 1931, mede 38 metros de altura e está sempre com os braços abertos sobre a Guanabara.
O dinheiro, segundo a arquidiocese do Rio, será usado para “implementar ações necessárias à conservação do monumento e ao conforto dos visitantes”, informou o órgão religioso. A campanha será lançada próxima terça-feira (13) e as doações poderão ser feitas através do site oficial.
A entidade religiosa informou também que o valor cobrado para adentrar ao Parque Nacional da Tijuca, onde está o Cristo Redentor, é arrecadado pelo consórcio Paineiras-Corcovado, ou seja, a receita não cai nos cofres da Arquidiocese, que é responsável pela administração, manutenção e conservação da estátua famosa ao redor do planeta.
O custo anual da manutenção do Cristo Redentor é de mais de R$ 3 milhões, considerando apenas as despesas fixas. Fora esse gasto fixo, há despesas decorrentes de causas naturais (chuva e vento, por exemplo) e do próprio desgaste causado pela visitação ao local.
Resumindo, nesse Brasil que, dizem, é abençoado por Deus, nem mesmo o Cristo Redentor escapou dos efeitos colaterais da lambança econômica promovida pela ateia Dilma Rousseff e seus quejandos.