Enquanto alega ser vítima de perseguição política e de caçada judicial, Luiz Inácio da Silva vê sua situação no âmbito da Operação Lava-Jato piorar muito com o passar dos dias. Fora isso, outros escândalos de corrupção começam a alcançar o dramaturgo do Petrolão.
É o caso da construção do Museu do Trabalhador, em São Bernardo do Campo, alvo de operação da Polícia Federal por corrupção, superfaturamento e desvio de dinheiro público (R$ 8 milhões). O arquiteto da obra, Marcelo Ferraz, disse às autoridades que o tal museu foi uma “encomenda” do próprio Lula.
Deixando de lado esse pequeno detalhe, que mais parece um cisco em meio à avalanche de corrupção, Lula está às voltas com a Justiça, que não tem perdoado o petista diante dos inúmeros crimes cometidos à sombra da roubalheira institucionalizada que derrete os cofres da Petrobras.
De acordo com informações da força-tarefa da Lava Jato, nesta quinta-feira (15) o ex-presidente Lula foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, em razão de contratos firmados entre a Petrobras e a Construtora Norberto Odebrecht.
O MPF acusa o petista de ser o “responsável por comandar uma sofisticada estrutura ilícita para captação de apoio parlamentar, assentada na distribuição de cargos públicos na administração federal”.
Segundo a denúncia, R$ 75.434.399,44 teriam sido repassados a partidos e políticos que sustentavam a governabilidade da gestão de Lula à frente do Palácio do Planalto. Além do PT, os principais beneficiários seriam o PMDB e o PP.
Também seriam receptores dos repasses “os agentes públicos da Petrobras envolvidos no esquema e aos responsáveis pela distribuição das vantagens ilícitas, em operações de lavagem de dinheiro que tinham como objetivo dissimular a origem criminosa do dinheiro”.
Uma parcela dos desvios foi destinada a compra de imóveis em São Paulo e São Bernardo do Campo. Também conforme a denúncia, parte do valor das propinas pagas pela empreiteira teria sido lavada mediante a aquisição, em benefício do petista, de um imóvel em São Paulo em setembro de 2010, que seria usado para a instalação do Instituto Lula.
O escândalo envolve as mais importantes diretorias da Petrobras, mediante a nomeação de Paulo Roberto Costa e Renato Duque para os setores de Abastecimento e Serviços da estatal, respectivamente.
“Por meio do esquema, estes diretores geravam recursos que eram repassados para enriquecimento ilícito do ex-presidente, de agentes políticos e das próprias agremiações que participavam do loteamento dos cargos públicos, bem como para campanhas eleitorais movidas por dinheiro criminoso”, destacou o Ministério Público.
Além de Lula, outras oito pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal. Confira abaixo a lista dos denunciados:
– Luiz Inácio Lula da Silva: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
– Marcelo Odebrecht: corrupção ativa e lavagem de dinheiro
– Antonio Palocci Filho: corrupção passiva e lavagem de dinheiro
– Branislav Kontic: corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
– Paulo Melo: lavagem de dinheiro
– Demerval Gusmão: lavagem de dinheiro
– Glaucos da Costamarques: lavagem de dinheiro
– Roberto Teixeira: lavagem de dinheiro
– Marisa Letícia Lula da Silva: lavagem de dinheiro