Operação Eficiência: preso pela PF, Eike Batista apavora a classe política com possibilidade de delação

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Alvo principal da Operação Eficiência (desdobramento da Operação Calicute) e acusado de pagar propina no valor de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral Filho, do Rio de Janeiro, o empresário Eike Batista foi preso pela Polícia Federal por volta das 10 horas desta segunda-feira (30), tão logo desembarcou no Aeroporto Internacional Tom Jobim de um voo vindo de Nova York.

Na noite anterior, antes de embarcar em avião da companhia American Airlines com destino ao Brasil, Eike disse que está à disposição da Justiça e que chegou a “hora de ajudar a passar as coisas a limpo”.

“Estou voltando para responder à Justiça, como é meu dever. Está na hora de eu mostrar, ajudar a passar as coisas a limpo”, disse o ex-bilionário, que já encontra-se no Presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro, à sombra de um mandado de prisão preventiva (por tempo indeterminado).

Considerado foragido da Justiça brasileira e procurado pela Interpol em vários países (estava na lista de difusão vermelha do órgão internacional), Eike Batista falou sobre sua decisão de retornar ao Brasil e entregar-se às autoridades. “Estou voltando, porque sinceramente vou mostrar como é que são as coisas, simples assim”.


Perguntado se revelaria aos investigadores informações ainda desconhecidas, o empresário preferiu não tratar do assunto alegando que o melhor é falar às autoridades competentes. “Como eu estou nessa fase, me entregando à Justiça, melhor não falar nada. Depois a Justiça e o que for permitido falar, vai acontecer depois, agora não dá”, afirmou Eike.

Não é preciso nenhum esforço descomunal do raciocínio para perceber que Eike Batista precisará de pouco tempo para optar pela colaboração premiada, o que pode lhe proporcionar alguns benefícios, como, por exemplo, a prisão domiciliar.

No caso de o empresário decidir pela delação, boa parte da política nacional, que já está em ebulição, irá pelos ares. Isso porque Eike não apenas cultivou relação nada republicana com Cabral Filho, mas com vários próceres da política nacional. Entre esses, políticos de quase todos os partidos, começando por PT, PMDB e PSDB. Em suma, não sobrará pedra sobre pedra.

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