Após quase 15 horas de viagem, o Airbus A380 da Emirates Airlines pousou no domingo (26), às 17h15, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com atraso de 45 minutos. Proveniente de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, esse é o primeiro voo comercial regular para a América do Sul com o maior avião de passageiros do planeta. Quem vê o A380 a partir das instalações de um aeroporto fica impressionado, mas na pista é possível perceber o gigantismo dessa aeronave.
Com a estreia, São Paulo junta-se aos mais de 40 destinos da malha aérea da Emirates servidos pelo A380, incluindo Narita, Bangcoc, Hong Kong, Pequim, Taipé, Seul, Xangai e Guangzhou. A introdução do serviço com o A380 em Guarulhos permite aos brasileiros viajarem só com esse modelo de aeronave até seus destinos finais, fazendo uma escala em Dubai.
O A380 substituiu o Boeing 777-300ER e marca o décimo ano de operações da Emirates no Brasil, que começou os voos diários entre Dubai e São Paulo em outubro de 2007. “A mudança para o A380 oferece um total de 959 assentos adicionais por semana em cada direção, o que vai ao encontro da demanda crescente de viajantes”, afirma Hubert Frach, vice-presidente sênior de Operações Comerciais no Ocidente da Emirates.
O A380 da rota para São Paulo tem a configuração de três classes, oferecendo um total de 491 lugares, com 14 suítes da Primeira Classe, 76 na classe executiva e 401 na econômica. O voo de retorno de São Paulo para Dubai decolou na madrugada desta segunda-feira (27).
Modificações para receber o gigante
O Aeroporto Governador André Franco Montoro, em Guarulhos, teve de adaptar a infraestrutura do terminal para receber aeronaves código “F”, como é o caso do A380. Segundo a GRU Airport, concessionária do terminal, o maior desafio são os espaços de manobra e as curvas, devido à envergadura de quase 80 metros da aeronave.
O acostamento da maior pista do terminal, de 3,7 mil metros, foi alargada em 7,5 metros de cada lado, passando de 60 para 75 metros. Além disso, foi adequada uma rota padronizada para a movimentação da aeronave nas “taxiways”. Mesmo com o investimento, o aeroporto tem um ganho maior graças ao porte da aeronave: enquanto a taxa de pouso de um Boeing 777 é de R$ 8 mil, a do A380 é de R$ 13 mil.
A operação da aeronave gigante em São Paulo, porém, não causa impacto relevante no funcionamento e tráfego do aeroporto, pois ela usa a pista normalmente destinada às decolagens. O A380 normalmente chega às 16h30 e decola às 1h25 da manhã, períodos de menor movimentação no aeroporto.
O avião usa uma das posições do Terminal 3, que conta com cinco posições com pontes de embarque para receber o A380 e mais sete posições remotas. Nessa primeira operação, o aeroporto preferiu usar os portões 301 e 302, localizados no início do píer de embarque do Terminal 3.
Para o embarque e desembarque de passageiros serão usadas duas pontes de embarque. Enquanto que são necessários 40 minutos para desembarcar os 491 passageiros do A380, o tempo médio da mesma ação em um Boeing 777 é de 25 minutos.
No primeiro dia de operação do A380 em São Paulo, a aeronave ficou estacionada o tempo todo na mesma posição até a decolagem. A partir do segundo dia de operação, será deslocada para a posição remota após o desembarque de passageiros, voltando para a ponte de embarque quando o check-in for iniciado.
O início da operação do A380 traz visibilidade para o terminal paulista e pode gerar o interesse de outras companhias aéreas. Segundo a GRU Airport, é preciso considerar também o aumento do número de passageiros em conexão para a Ásia, já que apenas 25% deles têm como destino Dubai. Portanto há um público potencial a ser explorado na rota Ásia-Guarulhos. (Com Deutsche Welle)