Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump está a se enrolar cada vez mais no cargo. Isso porque o bilionário republicano continua acreditando que estar à frente da Casa Branca é algo tão simples e mesquinho quanto os movimentos treinados dos crupiês do seu cassino.
Assistindo ao fantasma do impeachment rondar a Casa Branca, Trump acreditou que pudesse se salvar com a ajuda do homologo russo Vladimir Putin, cujo currículo fala por si e dispensa comentários.
Diante da polêmica que surgiu no rastro do repasse de informações ultrassecretas a autoridades russas, Putin disse, nesta quarta-feira (17), estar disposto a fornecer ao Parlamento norte-americano a gravação do encontro entre Trump e o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
Se a declaração do presidente russo for procedente, Trump está a poucos passos de novo escândalo. Um visitante da Casa Branca, considerado por muitos como um aliado perigoso, que grava conversas secretas.
“Se a administração americana autorizar, estamos dispostos a fornecer a gravação da conversa entre Lavrov e Trump à Câmara e ao Senado americano”, declarou Putin em uma coletiva de imprensa em Sochi junto do primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni.
Diante da repercussão negativa da afirmação de Putin, o Kremlin apressou-se em informar que governo russo tem uma transcrição da conversa entre Trump e Lavrov, não uma gravação do encontro ocorrido na Casa Branca na última quinta-feira (11).
Em tom de brincadeira, o Putin prometeu “advertir” Lavrov por “não ter compartilhado as informações secretas com ele ou com os serviços de inteligência da Rússia”, arrancando risos do próprio ministro e de outras autoridades do país.
O Vladimir Putin aproveitou a ocasião para criticar a “esquizofrenia política” que domina o momento norte-americano, como se a dissimulação discursiva não fosse combinada com antecedência entre Washington e Moscou. “O que vão inventar agora essas pessoas que revelam tais absurdos? Se eles não entendem que prejudicam o próprio país, são simplesmente estúpidos. Se entendem, são perigosos e desonestos”, disse Putin.
A questão maior nesse imbróglio internacional está no fato de a informação repassada aos russos, sobre um plano do grupo terrorista “Estado Islâmico”, ter sido disponibilizada por Israel, que exigiu sigilo absoluto. De Moscou a informação poderá chegar rapidamente a Teerã. Considerando que Israel e Irã são conhecidos inimigos no tabuleiro do Oriente Médio, a atitude de Donald Trump foi mais uma “pataquada” oficial, algo que poderá lhe proporcionar problemas aos bolhões.
