Os brasileiros de bem que se preparem, pois até o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) analisar e decidir sobre a sentença do juiz Sérgio Moro que condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, o petista abusará cada vez mais da “vitimização” em seus discursos.
Ademais, ciente de que somente um mandato eletivo é capaz de tirá-lo do caminho da prisão, afinal ainda há quatro ações penais em curso por corrupção e outros crimes, Lula politizará a condenação no processo do triplex praiano como forma de manter sua candidatura à Presidência.
Na entrevista coletiva – na verdade foi um discurso tipicamente autoritário – concedida na sede nacional do PT, em São Paulo, na quinta-feira (13), Lula insistiu na tese de que é inocente e, acima de tudo, alvo de perseguição política e caçada judicial. Esse discurso perdeu a eficácia e não mais convence a opinião pública, que há muito sabe que o petista-mor é o responsável pelo período mais corrupto da história nacional.
Considerando que o Brasil ainda é uma democracia de fato e de direito e a nossa Constituição garante o direito à livre manifestação do pensamento, Lula pode recorrer ao famoso “jus sperniandi” o quanto quiser, pois nada mais será capaz de camuflar a realidade.
Esse esforço de Lula tem efeito limitado, uma vez que as recentes e antecipadas pesquisas eleitorais mostram que o petista mantém o índice de intenção de voto que o PT sempre teve – na casa de 30% -, mas que não garante a vitória nas urnas.
Ao querer impor à força sua suposta inocência, a qual não foi comprovada nos autos do processo do triplex, Lula comete erro crasso ao ignorar um provérbio bíblico: “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos tolos sofre aflição”. Esse provérbio pode ser facilmente traduzido pelo dito popular “diga-me com quem andas e eu direi quem tu és”.
Pois bem, no escopo do Petrolão, maior esquema de corrupção da história da Humanidade, não há tolos, assim como os que com os corruptos andam boa coisa não são. No colérico discurso regurgitado na capital paulista, no qual mais uma vez exaltou uma inocência que inexiste, Lula apareceu estava ladeado por figuras que deixam a desejar.
Estavam ao lado do ex-presidente: José Nobre Guimarães, deputado federal pelo PT do Ceará e mentor intelectual do escândalo conhecido como “dólares na cueca”; Vagner Freitas, baderneiro profissional e presidente da CUT, que durante evento no Palácio do Planalto disse que os “companheiros” sairiam às ruas de armas em punho de Dilma Rousseff fosse apeada do cargo; Gleisi Helena Hoffmann, senadora pelo PT do Paraná, presidente nacional do partido e ré por corrupção no STF em ação penal fruto da Operação Lava-Jato; Lindbergh Farias, senador pelo PT do Rio de Janeiro e acusado na delação da Odebrecht de receber R$ 4,5 milhões por meio de caixa 2.
Para quem é acusado reiteradas vezes de ser o chefe da quadrilha do Petrolão, Lula poderia deixar o “companheirismo” de lado e escolher melhor o elenco das farsas que encena Brasil afora.