As declarações de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, sobre a delação da JBS caíram rapidamente no esquecimento, o que mostra estar o Brasil muito longe de conseguir mudar o cenário atual. Na segunda-feira (19), em Washington, onde proferiu palestra no Woodrow Wilson Center, Janot disse que o empresário Joesley Batista exigiu imunidade total para apresentar provas contra políticos.
“Olha, a gente não abre mão de imunidade porque a extensão do que se entrega aqui é enorme e nós queremos, enfim, usar os nossos meios para evitar qualquer tipo de reação e da imunidade, então, a gente não abre mão. Todo o resto a gente negocia, agora, imunidade não tem como negociar”, destacou Janot ao relator trecho do diálogo inicial mantido com o dono do grupo J&F.
A declaração do procurador e as exigências do empresário representam um atentado contra o bom senso, pois beira o desvario render-se de chofre a um criminoso confesso, cujas transgressões, se levadas à Justiça, resultariam em condenação de no mínimo 300 anos de prisão.
Joesley valeu-se das propinas pagas a políticos – de vários partidos e das mais distintas correntes ideológicas – para conseguir seus intentos, em especial os condescendentes empréstimos no BNDES, o que permitiu que a família Batista construísse impressionante fortuna no exterior, mas exigiu imunidade irrestrita para viver como nababo em Nova York.
A afirmação de Rodrigo Janot, que agora surge em cena com um discurso adocicado para minimizar as críticas da opinião pública, mostra de maneira incontestável que a gravação da conversa com o presidente Michel Temer, feita por Joesley no Palácio do Jaburu, é ilícita e não serve como prova, muito menos com base de uma denúncia criminal. Em várias ocasiões Janot esteve diante de provas muito mais robustas e convincentes e mesmo assim titubeou, mas a obsessão por alvejar o governo falou mais alto.
Como sempre afirma o UCHO.INFO, não se trata de defender Temer ou sua eventual inocência, mas de exigir que a legislação seja cumprida à risca para que o Estado Democrático de Direito não seja arranhado por conta das muitas picuinhas que sobram nos bastidores do poder.
Os brasileiros de bem têm o dever de se posicionar contra a decisão do procurador-geral e do ministro Luiz Edson Fachin (STF), que homologou a delação da JBS, , sob pena de assim não fazendo endossar um plano maquiavélico e silencioso que favorecerá o retorno da esquerda ao Palácio do Planalto, mesmo que isso ocorra fora da seara petista, impondo ao País o risco de ser transformado em uma ditadura comunista travestida de democracia.