Aumento de tributos sobre combustíveis eleva previsão de inflação para 3,4% em 2017

Pela segunda semana consecutiva o mercado financeiro revisou para cima a projeção para a inflação para este ano, após o aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, subiu de 3,33% para 3,40%. Há duas semanas, os economistas projetavam inflação de 3,29%. Esses dados constam do Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (31).

O aumento dos tributos fez com que as instituições financeiras interrompessem as estimativas para a inflação em 2018. Há duas semanas, a projeção para o IPCA é mantida de 4,20%. No Boletim Focus, divulgado em 17 de julho, a estimativa estava na sexta queda seguida.

Mesmo com o aumento na projeção para este ano e a manutenção para 2018, os cálculos para a inflação oficial permanecem abaixo do centro da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.


Em relação à taxa básica de juro, a Selic, atualmente em 9,25% ao ano, os economistas projetam que o índice encerrará o ano na casa de 8%. No tocante a 2018, os especialistas do mercado preveem que a Selic chagará ao fim do período em 7,75%, contra 8% da previsão anterior.

A estimativa do mercado financeiro para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 0,34% para este ano. Para 2018, a projeção segue em 2%. O fraco desempenho do PIB mostra que a economia nacional continua com problemas para deslanchar. Isso significa que a arrecadação tributária também registrará queda, exigindo do governo novos cortes no orçamento ou revisão da meta fiscal, atualmente fixada em déficit de R$ 139 bilhões.

Para piorar um cenário que já é ruim, o desemprego continua em patamar preocupante, apesar da redução do contingente de desempregados, que recuou para 13,5 milhões de pessoas sem trabalho formal. O problema maior na seara laboral está no fato de que aproximadamente 11 milhões de brasileiros estão na informalidade, ou seja, sem registro na arteira de trabalho. Contudo, alguns economistas trabalham com um número bem maior de trabalhadores informais.

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