Gostem ou não os brasileiros, o País já enfrenta os efeitos colaterais das eleições de 2018, mesmo que ainda falte mais de um ano para o pleito nacional. Preocupados com os muitos escândalos de corrupção e de suas consequências, os políticos decidiram antecipar a polarização como forma de supostamente convencer o eleitor, cada vez mais ressabiado com a classe política.
Nessa queda de braços entre possíveis candidatos e seus respectivos apoiadores há episódios para todos os gostos, desde taques com ovos até jogo rasteiro protagonizado por governantes conhecidos. Em Salvador, onde Democratas e PT duelam na política local com Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, na prefeitura soteropolitana e o governador petista Rui Costa, as provocações acontecem de parte a parte.
Com o PT derretendo no cenário político nacional por causa dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, que alcançou sua estrela maior, o alarife Lula, o enfrentamento entre ACM Neto e Costa está com a temperatura elevada.
Um dia após o prefeito de Salvador cobrar providências do governo estadual para o problema da segurança pública na Bahia, sobretudo na capital, 20 dos 35 policiais militares que estavam à disposição da gestão da segurança em postos de saúde do município e da proteção institucional da Prefeitura foram retirados de suas funções, para as quais eram remunerados pelo Executivo municipal.
Em resposta à iniciativa do Estado, ACM Neto afirmou que a atitude é uma afronta à cidade de Salvador e revela postura autoritária por parte do governador Rui Costa. O prefeito destacou que essa “ação persecutória” não abalará a gestão municipal.
“Ontem (durante inauguração de um posto de saúde em Bom Juá) fiz um pronunciamento cobrando providências do governador a respeito da situação da segurança pública na cidade de Salvador e no estado da Bahia. Infelizmente, a criminalidade e a violência vêm tomando conta das ruas da nossa cidade, e o que fez o governador diante da minha cobrança, cobrança que não foi apenas em meu nome, foi em nome de milhares de baianos? Foi determinar a retirada de mais da metade dos policiais que estão à disposição da gestão dos postos de saúde do município e da proteção institucional da Prefeitura”, afirmou ACM Neto.
O prefeito também deixou um recado ao governador: “Se o senhor acha que isso vai calar a minha voz, que não vou ter coragem de falar, em nome dos baianos, dos problemas da segurança pública, está muito enganado. Tenha certeza que a minha voz será sempre a voz dos baianos, e eu vou continuar cobrando do governo do Estado, que vem perdendo a batalha para o crime, que comece a tomar providências. Então, tanto o senhor quanto o secretário de Segurança Pública, ao adotarem essa medida, só aumentam ainda mais a minha responsabilidade com Salvador e com a Bahia de ajudar todo esse povo a superar o problema da segurança pública em nosso estado”.
