Pela sexta vez seguida, o mercado financeiro reduziu a estimativa de inflação de 2017. De acordo com os economistas consultados pelo Banco Central, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que desde a última semana passada ficou aquém do piso da meta, foi reduzida de 2,97% para 2,95%.
Essa estimativa consta do Boletim Focus, do Banco Central, que semanalmente comila as apostas dos economistas das maiores instituições financeiras em atividade no País. Para 2018, a estimativa foi reduzida de 4,08% para 4,06%. Trata-se da quinta redução consecutiva.
Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juro, a Selic, atualmente em 8,25% ao ano, mas que pode encerrar o período no patamar de 7%. A mesma projeção vale pra 2018. Isso porque o Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou que na próxima reunião do colegiado, em outubro, o corte na Selic será menor, o que significa que o ciclo de reduções da taã básica de juro está perto do fim.
Quando o Copom diminui a taxa básica de juro, a tendência é que o crédito fique mais barato com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação. Por outro lado, quando o Copom eleva a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, cenário que gera reflexos nos preços porque taxas de juro mais altas encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a expectativa de expansão foi ajustada de 0,68% para 0,70%, neste ano, e de 2,30% para 2,38%, no próximo ano. Essas projeções mostram que a economia deixou a seara da recessão e já ensaia um movimento de recuperação, que para voltar aos tempos de largueza precisará de tempo e perseverança.
Por outro lado, o governo precisa estimular a queda do desemprego com a geração de postos de trabalho com carteira assinada, pois em recente levantamento ficou claro que cresceu o emprego informal. Situação que não resolve os problemas de caixa do governo, em especial quando o assunto é Previdência Social. (Com ABr)