Os brasileiros que se preparem, pois a confusão que tomou conta da política nacional está longe do fim. Com a cizânia no PSDB dominando o noticiário político, muitos detalhes relacionados às eleições de 2018 continuam longe dos holofotes midiáticos, mas é preciso dar atenção aos próximos capítulos.
No rastro do enfraquecimento político do mineiro Aécio Neves, que vem experimentando o isolamento no ninho tucano desde a eclosão do escândalo envolvendo o empresário Joesley batista, o PSDB busca um nome que, referendado na convenção nacional do próximo dia 9 de dezembro, consiga conter a crise interna e unir o partido.
O imbróglio que embala o PSDB ganhou força extra no momento em que Aécio, licenciado do comando da legenda, despejou o também senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina da sigla. Isso aconteceu logo após Tasso anunciar que é candidato à presidência do PSDB. Alegando necessidade de manter a isonomia entre os candidatos ao cargo, Aécio Neves não pensou duas vezes para afastar Tasso do posto.
Um dos tucanos que tem sido cortejado para assumir a presidência do PSDB, com a missão de unir a legenda, é o governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto. Diante desse detalhe nada pequeno, Tasso Jereissati se antecipou e disse que Alckmin assumir o comando da legenda não poderá participar da corrida presidencial do próximo ano.
Até este ponto nada de extraordinário existe, mas é a partir de agora que a situação começa a complicar. Disposto a concorrer à Presidência da República, mas preocupado com os efeitos colaterais da grave crise tucana, Geraldo Alckmin poderá mudar de partido, confirmando notícia veiculada pelo UCHO.INFO em 2016.
A estratégia alternativa de Alckmin, que há muito vem sendo gestada, é trocar o PSDB pelo PSB, partido do seu vice, Márcio França. Tanto é assim, que no programa político do PSB, levado ao ar na noite de segunda-feira (13), França afirma que o PSB terá candidato ao governo de São Paulo e que o jeito paulista de governar precisa ser levado ao plano federal. Isso significa que Márcio França será o candidato o PSB ao Palácio dos Bandeirantes, enquanto Geraldo Alckmin assumirá o posto de presidenciável do Partido Socialista Brasileiro.
Com esse cenário, Alckmin se livra dos problemas tucanos, ao mesmo tempo em que abre caminho para novas confusões no PSDB. Isso porque sobram tucanos interessados em disputar a Presidência em 2018, começando pelo prefeito paulistano João Doria, que fracassou em sua investida para ser o presidenciável dos tucanos. A Doria restaria a chance de concorrer ao governo de São Paulo, mas isso depende de combinar com José Serra e outros peessedebistas interessados na disputa.
Mas nesse enxadrismo político-eleitoral há um pormenor que tem provocado calafrios em Geraldo Alckmin. Ex-governador do Ceará, o descontrolado Ciro Gomes, embalado por falsa parcimônia, tem conversado de maneira pragmática com o PSB no âmbito da disputa presidencial do próximo. Em suma, resta saber que sobreviverá até lá.