A inflação acumulada do País, entre janeiro e novembro deste ano, alcançou o patamar de 2,5%, menor resultado registrado nesse período desde 1998, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice ficou bem abaixo dos registrados no mesmo período do ano anterior (5,97%).
Em novembro, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), voltou a desacelerar, fechando o mês em 0,28%, resultado 0,14 ponto percentual abaixo do mês anterior (0,42%). A inflação acumulada nos últimos doze meses ficou em 2,8%, superando os 2,7% registrados nos doze meses anteriores.
Apesar da desaceleração, o IBGE apurou que apenas os setores de alimentação e bebidas, com deflação de 0,38%, e dos artigos de residência, com inflação negativa de 0,45%, registraram quedas de preços entre outubro e novembro.
As áreas que mais pressionaram a inflação foram habitação, que aumentou 1,27% em relação a outubro, contribuindo com 0,2% de impacto para a taxa global; e transportes, que respondeu por 0,09 ponto percentual na taxa de novembro, com uma alta de 0,52%.
Alimentos: queda no preço
Os preços dos produtos alimentícios vêm sendo decisivos para as quedas consecutivas nas taxas de inflação. O mês de novembro foi o sétimo seguido com custos menores. Os gastos com a alimentação correspondem a 25% das despesas das famílias brasileiras.
Nos últimos doze meses, a variação acumulada nos alimentos é de -2,32% e, no ano, ficou em 2,4%, a menor desde a implantação do Plano Real, em 1994. Os preços dos alimentos caíram 0,14 ponto percentual entre outubro e novembro, passando de 0,42% para 0,28%, influenciados pela maior safra de grãos da história.
Entre os 16 subgrupos do setor, 13 apresentaram redução de preços. As quedas mais acentuadas foram nos preços dos cereais, leguminosas e oleaginosas (-2,71%), açúcar e derivados e farinhas e massas (-2,11%) e frutas (-2,09%).
“A safra de 2017 foi muito boa e contribuiu para a redução dos preços dos alimentos. Esse efeito vem diminuindo nos últimos dois meses, porém, em certos produtos ainda é sentido. Por exemplo, a terceira safra do feijão, conhecida como feijão de inverno, influenciou a queda no preço do produto em novembro”, disse Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
Energia e gás
O setor da habitação foi o que mais impactou a inflação, com variação de 1,27% e impacto de 0,2 ponto percentual na taxa global. A energia elétrica contribuiu com 0,15 ponto percentual para a variação positiva do mês, subindo em média 4,21%.
“Em novembro, vigorou a bandeira tarifária vermelha patamar 2, já com a cobrança adicional do novo valor de 5 reais a cada 100 Kwh consumidos. Em outubro, a bandeira tarifária vigente também era a vermelha patamar 2, porém, o adicional era de 3,5 reais a cada 100 Kwh consumidos”, destacou o IBGE.
Também no grupo habitação, o preço do gás de botijão aumentou 1,57%, novamente influenciado pelo reajuste nas refinarias de, em média, 4,5% no gás de cozinha vendido em botijões de 13 quilos. (C0m agências de notícias)
