Ex-jogador de futebol e eleito melhor do mundo pela FIFA, George Weah assume a presidência da Libéria

    George Weah, ex-jogador de futebol, tomou posse nesta segunda-feira (22) como presidente da Libéria. Ele sucede a Ellen Johnson-Sirleaf, vencedora do prêmio Nobel da Paz, na primeira transferência de poder entre dois líderes eleitos democraticamente no país em 74 anos.

    Weah, de 51 anos e ex-melhor jogador do planeta, jurou o cargo perante cerca de 35 mil pessoas, entre elas vários presidentes africanos, no estádio Samuel Kanyon Doe, nos arredores da capital Monróvia.

    “É um momento histórico para este país. É o amanhecer de uma Libéria nova e melhor, de igualdade, liberdade, dignidade e respeito mútuo. Não os decepcionarei”, prometeu Weah no discurso de posse, no qual insistiu na unidade nacional, no desenvolvimento econômico e na luta contra a corrupção.

    Entre os convidados estavam líderes estrangeiros, como os de Nigéria, Senegal, Gana e Serra Leoa, além de alguns dos melhores jogadores da história da África, como o marfinense Didier Drogba e o camaronês Samuel Eto’o. Especula-se que eles poderiam seguir o exemplo de Weah e se aventurar na política em seus países.

    Até agora senador, Weah venceu tanto no primeiro quanto no segundo turno das eleições (61% dos votos), concorrendo pelo opositor Congresso pela Mudança Democrática (CDC) e se impondo ao candidato governista, o até então vice-presidente Joseph Boakai. O ex-jogador já havia tentado a presidência no pleito de 2005.

    George Weah cresceu na região de Clara Town, em Monróvia, e jogou pelo Milan, Paris Saint-Germain e Chelsea. Em 1995, Weah tornou-se o único africano a vencer o prêmio de melhor jogador do ano da FIFA.

    A história de superação de George Weah inspirou os eleitores descontentes com o governo de 12 anos de Sirleaf, que acabou com anos de guerra civil, mas foi criticado por fracassar no combate à corrupção entre as elites e a pobreza.

    Com a posse de Weah está encerrado o mandato presidencial de Sirleaf, a única mulher que chegou a uma chefia de Estado na África, após vencer o pleito de 2005 e ser reeleita seis anos depois.

    Com 4,6 milhões de habitantes, a Libéria sofreu duas guerras civis (1989-1996 e 1999-2003), que custaram a vida de mais de 150 mil pessoas e que deixaram dezenas de milhares de deslocados e refugiados.

    A Libéria foi, além disso, o país com mais vítimas durante o surto de ebola de 2014, que matou mais de 5 mil pessoas e contagiou outras 10,3 mil. A doença truncou o avanço econômico no país, cujo PIB cresceu 248% durante os 12 anos de presidência de Johnson-Sirleaf. Isso repercutiu na expectativa de vida, que aumentou de 56 para 62 anos. (Com agências internacionais)

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