Escalado para comandar intervenção na Segurança do Rio delira e diz que há “muita mídia” em cima da violência

A violência no Rio de Janeiro atingiu patamar assustador e preocupante, a ponto de o presidente da República, Michel Temer (MDB), decretar intervenção federal na Segurança Pública fluminense, mas alguns especialistas em segurança pública insistem em minimizar o caos.

Quando o Estado, como um todo, peca pela omissão, esses mesmos especialistas não poupam adjetivos para criticar as autoridades, mas no contraponto preferem colocar água fria na fervura. Esse contemporizador interessa apenas aos criminosos, que transformaram a cidade do Rio de Janeiro em terra sem lei. E torcem para que esse cenário se perpetue, já que o tráfico de drogas depende dessa terra sem lei para continuar existindo.

Só mesmo um desavisado é capaz de afirmar que não houve aumento dos casos de violência no Rio de Janeiro durante o Carnaval, mas essa é a opinião de Joana Monteiro, presidente do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP), órgão ligado ao governo fluminense. “Não houve nenhuma explosão de violência durante o Carnaval”, disse a dirigente do ISP.

De acordo com Joana Monteiro, entre 9 e 14 de fevereiro oram registradas 5.865 ocorrências policiais no Rio, enquanto no Carnaval de 2017 foram 5.773. Em 2016, foram registradas 9.016 ocorrências, enquanto em 2015 o total de registros chegou a 9.062.


Escolhido como interventor na Segurança Pública do Rio de Janeiro, o general Walter Braga Netto afirmou, em entrevista concedida na tarde desta sexta-feira (16) no Palácio do Planalto, que a situação da violência no Estado não está tão ruim. Braga Netto disse aos jornalistas haver “muita mídia” em cima do assunto.

Se o interventor entende que há excesso de divulgação de casos de violência por parte da imprensa, metade do problema está solucionado. Basta o governo pedir aos moradores do Rio de Janeiro para que a mídia nacional não seja tratada com tanta seriedade. A outra metade depende apenas de convencer os veículos de comunicação a não darem importância a tiroteios diários, mortes por balas perdidas e arrastões aqui e acolá. A grande questão é que a imprensa internacional vem noticiando com insistência os casos de violência na capital fluminense

Transferir aos meios de comunicação a responsabilidade pela onda de violência no Rio de Janeiro é um misto de ousadia com fuga da realidade. Tiroteios, arrastões e outros tipos de crime fizeram concorrência aos blocos, aos trios elétricos e às escolas de samba, mas Braga Netto aposta em espetacularização da mídia.

Para quem foi apresentado à opinião pública como um especialista no assunto – o homem certo, no lugar certo e na hora certa – o general Braga Netto começou muito mal. Alguém há de dizer que tal declaração faz parte do plano da ludibriar os chefões do crime organizado, mas, sendo assim, que opte pelo silêncio obsequioso.

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