Lula o alarife do Petrolão, afirmou há alguns meses ser o homem mais honesto do País. Tentou provar na Justiça essa aludida inocência, mas a enxurrada de provas que brotaram do maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos acabou com a investida do petista-mor, que aproveitou o fracasso do seu plano para se transformar em vítima.
A estratégia traçada por caríssimos advogados também fracassou, por isso os defensores do ex-metalúrgico agora apelam para um enredo rocambolesco típico de novela mexicana. Uma das personagens dessa trama que remete ao faroeste caboclo é a presidente nacional do partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Helena Hoffmann, igualmente acusada de corrupção e lavagem e dinheiro.
Alçada ao comando da legenda com a incumbência de ser o para-raios de Lula e alguns outros corruptos, Gleisi não perde uma só oportunidade para ameaçar a opinião pública e intimidar o Judiciário, como se no Brasil inexistissem leis.
Enquanto Lula declara estar pronto para ser preso, até porque sabe que isso poderá render dividendos político-eleitorais, a senadora paranaense investe em discursos que mesclam ousadia delinquente com melodrama de quinta.
Na terça-feira (13), a presidente dos petistas ocupou a tribuna do plenário do Senado para cobrar do Supremo Tribunal Federal (STF) a inserção na pauta de julgamento a prisão após sentença de segundo grau. Com a disposição dos ministros do Supremo de não retomar a discussão da matéria tão cedo, restou a Gleisi Helena mais um espetáculo deprimente e que vai contra os interesses da extensa maioria dos brasileiros.
“Não se trata de pressão. Essa matéria precisa ser votada para que a Constituição seja restabelecida”, defendeu. A questão não é de violação da Constituição, até porque a presunção da não culpabilidade permanece preservada mesmo após a prisão decorrente de decisão de segundo grau, mas de cumprir o que determina a legislação e de seguir o entendimento do STF.
O desespero da cúpula petista é tamanho, que o líder do partido no Senado também engrossou o coro em defesa de Lula. “Não estou nem entrando no mérito se é culpado ou não, ou se senadores aqui poderão sofrer penas no STF. Não se trata de fazer pressão, se trata do que é justo”, disse o pernambucano Humberto Costa.
Quando encheu os bolsos com dinheiro de propina, Lula não se preocupou com aquilo que é justo ou com os ditames da lei. Apostando na impunidade, avançou na seara da corrupção como se fosse inatingível. Alcançado pelos tentáculos da Operação Lava-Jato, o ex-presidente da República insiste na tese da perseguição política e da caçada judicial.
À Justiça cabe decidir se Lula será preso em breve ou apenas após o exaurimento dos recursos cabíveis, mas é preciso que o petista explique aos brasileiros de bem como consegue custear defesa milionária com rendimentos mensais que não passam de R$ 30 mil, segundo depoimento do próprio condenado.