Líder do governo no Senado e presidente nacional do MDB, Romero Jucá tornou-se réu por corrupção e lavagem e dinheiro, após decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que recebeu denúncia oferecida pela Procuradoria-geral da República (PGR).
De acordo com a PGR, Jucá cobrou propina de R$ 150 mil para favorecer a Odebrecht em duas Medidas Provisórias que tramitaram no Congresso em 2014. O relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, afirmou, na terça-feira (13), que a denúncia cumpriu os requisitos para a abertura de ação penal. Com a decisão, Romero Jucá é o primeiro réu no STF em investigação envolvendo a Odebrecht.
A denúncia partiu de Cláudio Mello Filho, ex-executivo da Odebrecht, em 2014 a empresa fez doação ao diretório do MDB em Roraima, sendo que o dinheiro foi utilizado na campanha de Rodrigo Jucá, filho do líder do governo.
Romero Jucá, que é alvo de outros doze inquéritos – dois na Operação Zelotes, um relativo às obras da usina de Belo Monte, seis na Operação Lava Jato e decorrentes da delação da Odebrecht e três investigações anteriores – a nega ter recebido propina, como esperado, e garante que provará sua inocência.
Se Jucá é de fato inocente, como ele próprio afirma, não há razão para contratar um dos melhores criminalistas para atuar em caso que, em tese, é de fácil solução.
Após ser acusado de cobrar propina de R$ 150 mil, Jucá contratou para defende-lo o famoso e badalado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, cujos honorários sempre giram na órbita dos três dígitos, pelo menos. Isso significa que para se defender da acusação o presidente do MDB pode ter desembolsado pelo menos vinte vezes o valor da aludida propina.
Considerando que o salário de senador não permite a contratação de advogados que cobram honorários estratosféricos, Romero Jucá deve explicações aos cidadãos de bem, cujo suado dinheiro financia não apenas a roubalheira sistêmica que derrete o País, mas a defesa milionária de políticos corruptos.