Lula aceita se entregar à PF somente no sábado, após missa em homenagem à finada Marisa Letícia

Nada pode ser mais nauseante do que a postura vitimista do Partido dos Trabalhadores diante da prisão do ex-presidente Lula, condenado a doze anos e um mês de reclusão por corrupção e lavagem de dinheiro.

Verdadeira republiqueta bananeira, o Brasil aceita negociar a prisão de um condenado em segunda instância, como se a Lula coubesse o direito de determinar as condições para a sua apresentação às autoridades. Se vivêssemos em um país razoavelmente sério, as autoridades, agindo dentro da lei, já teriam usado a força e detido o responsável pelo Petrolão, maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos.

Ignorando o prazo fixado (17 horas desta sexta-feira, 6) pelo juiz Sérgio Moro para se entregar à Polícia Federal, em Curitiba, Lula escalou emissários para negociar com as autoridades os termos de sua prisão. Ou seja, mesmo condenado, Lula continua acreditando ser onipotente e acima da lei e de todos.

Com o passar das horas, Lula e seus aduladores estão zombando das autoridades, pois diante de uma ordem judicial não cabe tergiversação ou qualquer outra tentativa de postergação. Decidido a desafiar a Justiça até o último instante, Lula vem mudando o script da prisão com base em interesses políticos e orientações jurídicas. Tanto é assim, que o prometido discurso em caminhão de som estacionado na frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não aconteceu. Isso porque a ordem de prisão poderia ser cumprida a qualquer momento.


A mais recente informação acerca da negociação da rendição dá conta que, ao contrário do que determinou o juiz da Operação Lava-Jato, Lula pretende se entregar na sede da PF de São Bernardo do Campo, no Grande ABC, somente no sábado (7), após a realização de missa em homenagem aos 68 anos da finada Marisa Letícia, ex-primeira-dama.

Não bastasse o pífio espetáculo marcado pela vitimização, Lula agora decide explorar mais uma vez o cadáver da própria mulher, a quem ele creditou, em depoimento à Justiça, a responsabilidade pelo imbróglio criminoso envolvendo o polêmico triplex do Guarujá, no litoral paulista.

Desprovido de escrúpulos, Lula jamais negou as notícias sobre sua relação amoroso com a assessora Rosemary Noronha, mas no momento do desespero invoca a memória da sua outrora companheira para postergar a própria prisão. Ademais, segundo informações de bastidores, Lula há muito adotou a tese da “rainha morta, rainha posta”. Isso significa que o ex-presidente já estaria a viver um novo romance.

As manobras que marcaram esta sexta-feira foram previamente pensadas e amparadas por interpretação estanques do que determina a legislação vigente. Como há controvérsia sobre o caráter público da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula não poderá ser preso até as 6 horas da manhã do sábado, quando acontecerá a missa em homenagem a Marisa Letícia. Para o chefe maior de um partido que alega ter disposição para fazer o diabo em disputas eleitorais, Lula está religioso demais.

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