Morre no Rio de Janeiro, aos 97 anos, a cantora Dona Ivone Lara, a “Rainha do Samba”

Morreu na noite de segunda-feira (16), no Rio de Janeiro, a cantora e compositora Dona Ivone Lara. De acordo com a empresária da sambista, Dona Ivone morreu de insuficiência cardiorrespiratória.

A “Rainha do Samba” tinha 97 anos e estava internada, em estado grave, desde a última sexta-feira (13) na UTI da Coordenação de Emergência Regional (CER), no Leblon, na Zona Sul carioca. A sambista deu entrada na unidade por causa de infecção renal, agravada pela idade avançada.

Rainha do Samba

Nascida Yvonne Lara em 13 de abril de 1921, no bairro de Botafogo, a cantora formou-se em Enfermagem, com especialização em terapia ocupacional, e trabalhou em hospitais psiquiátricos da capital fluminense. Aposentou-se em 1977, quando passou a dedicar-se de forma plena à carreira artística.


Criada pelos tios, já que os pais morreram quando ainda era jovem, Dona Ivone casou-se com Oscar Costa, presidente da escola de samba Prazer da Serrinha. Teve dois filhos, Alfredo e Odir. Foi na Prazer da Serrinha que conheceu compositores que viriam a ser seus parceiros musicais, como Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira.

Compôs o samba “Nasci Para Sofrer”, que se tornou o hino da Império Serrano em 1947, escola do coração e onde desfilou na ala das baianas. A consagração veio em 1965, com “Os Cinco Bailes da História da Corte”. Foi quando se tornou a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de uma escola de samba. Em 2012, foi homenageada pela escola de coração, com o enredo “Dona Ivone Lara: O enredo do meu samba”.

As músicas de Dona Ivone foram gravadas por vários ícones da música brasileira, como Clara Nunes, Roberto Ribeiro, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paula Toller, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Mariene de Castro, Roberta Sá, Marisa Monte e Dorina. Alguns de seus grandes sucessos são “Sonho Meu”, “Acreditar”, “Tendência”, “Mas Quem Disse que Eu Te Esqueço” e “Alguém me Avisou”.

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