EUA anunciam novas tarifas a produtos chineses; medida atinge US$ 200 bilhões em importações

    Os Estados Unidos publicaram, na terça-feira (10), uma lista com mais de 6 mil linhas de produtos chineses, no valor total de 200 bilhões de dólares, que serão atingidos em breve por uma nova taxa de importação de 10%.

    O anúncio representa novo acirramento na guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta. O governo da China considerou a decisão dos EUA “totalmente inaceitável” e anunciou que tomará “as contramedidas necessárias”.

    “A atitude dos EUA prejudica a China, o mundo e a eles mesmos. Essa conduta irracional não pode ganhar apoio”, afirmou o Ministério chinês do Comércio nesta quarta-feira. A China apresentará um novo requerimento na Organização Mundial do Comércio (OMC) para denunciar a “conduta unilateral” dos Estados Unidos.

    Entre os produtos afetados pelos novos encargos estão frutas e verduras, cereais, produtos de origem animal, madeiras, embarcações e materiais de construção. A lista também inclui produtos químicos, combustíveis, tabaco e álcool, produtos têxteis, materiais fotográficos e de vídeo.

    A lista de 200 bilhões de dólares supera em muito o valor total de produtos que a China importa dos Estados Unidos, o que significa que Pequim terá de buscar caminhos alternativos se quiser responder na mesma medida.


    A nova decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma represália à resposta do país asiático aos primeiros encargos aplicados pelo governo americano. Na última sexta-feira (6) entraram em vigor tarifas de 25% que os EUA aplicaram sobre 34 bilhões de dólares em produtos chineses, como primeira parte de um pacote de tarifas sobre 50 bilhões de dólares. Na ocasião, a China respondeu com medidas idênticas.

    “Durante mais de um ano, o governo Trump pediu pacientemente à China que abandonasse suas práticas desleais, abrisse seu mercado e participasse de uma verdadeira concorrência de mercado”, afirmou o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR).

    “Fomos muito claros e precisos a respeito das mudanças específicas que a China deveria realizar. Infelizmente, a China não mudou seu comportamento, que põe em risco o futuro da economia dos EUA”, acrescentou.

    O USTR anunciou que dará início a um processo de notificação e comentários públicos antes de as novas tarifas entrarem em vigor, no início de setembro.

    Trump já havia avisado à China sobre a imposição das taxas sobre o montante de 200 bilhões de dólares em importações caso houvesse represálias, assim como advertiu que poderá aplicar um terceiro pacote sobre 300 bilhões de dólares em produtos se o gigante asiático voltar a retaliar. (Com agências internacionais)