Em seu último discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, o presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (25), em Nova York, que entregará ao seu sucessor um país melhor do que aquele que ele recebeu e que deixará o cargo com a “tranquilidade do dever cumprido”.
“Hoje, no Brasil, podemos olhar para trás e verificar o quanto fizemos em pouco tempo de governo. Dissemos não ao populismo e vencemos a pior recessão de nossa história”, disse. “Devolvemos o Brasil ao trilho do desenvolvimento.”
“Recolocamos as contas públicas em trajetória responsável e restauramos a credibilidade da economia. Voltamos a crescer e a gerar empregos. Programas sociais antes ameaçados pelo descontrole dos gastos puderam ser salvos e ampliados”, acrescentou.
Temer também criticou o isolacionismo e defendeu a abertura comercial como motor da prosperidade. “Os desafios à integridade da ordem internacional são muitos. Vivemos tempos toldados por forças isolacionistas. Reavivam-se velhas intolerâncias. As recaídas unilaterais são cada vez menos a exceção. Mas esses desafios não devem – não podem – nos intimidar. Isolacionismo, intolerância, unilateralismo: a cada uma dessas tendências, temos que responder com o que nossos povos têm de melhor”, disse o presidente.
“O Brasil sabe que nosso desenvolvimento comum depende de mais fluxos internacionais de comércio e investimentos. Depende de mais contato com novas ideias e com novas tecnologias. É na abertura ao outro – e não na introspecção e no isolamento – que construiremos uma prosperidade efetivamente compartilhada”, declarou o mandatário brasileiro.
“O isolamento até pode dar uma falsa sensação de segurança. O protecionismo pode até soar sedutor. Mas é com abertura e integração que alcançamos a concórdia, o crescimento, o progresso”, defendeu Temer.
O presidente brasileiro também citou o Pacto Global sobre Migração e lembrou a existência de 250 milhões de migrantes em todo o mundo. Ele pediu a conclusão das negociações do Pacto Global sobre Refugiados.
“Na América do Sul, estamos em meio à onda migratória de grandes proporções. Estima-se em mais de 1 milhão os venezuelanos que já deixaram seu país em busca de condições dignas de vida. O Brasil tem recebido todos os que chegam a nosso território”, afirmou.
Michel Temer também mencionou as comemorações pelos 70 anos de Israel e renovou o apoio do Brasil à solução de dois Estados. O presidente citou também as doações de medicamentos e vacinas realizadas pelo governo brasileiro para as crianças afetadas pelo conflito civil na Síria, além de ter recebido um “número expressivo” de refugiados.
“Precisamos fortalecer esta Organização. Precisamos torná-la mais legítima e eficaz. Precisamos de reformas importantes – entre elas a do Conselho de Segurança, que, como está, reflete um mundo que já não existe mais. Precisamos, enfim, revigorar os valores da diplomacia e do multilateralismo”, afirmou.
O presidente citou ainda o comprometimento do governo brasileiro com medidas políticas em prol do meio ambiente. “Só nos últimos anos, negociamos a Agenda 2030 e o Acordo de Paris. São verdadeiros marcos, que nos colocam no caminho do crescimento econômico com justiça social e respeito ao meio ambiente”, disse. “Estamos plenamente engajados. Mais de 40% da matriz energética brasileira é limpa e renovável – uma das mais sustentáveis do mundo. Em dois anos dobramos o total das áreas de preservação no Brasil.”
Não há como deixar de reconhecer que o Brasil melhorou durante o governo Temer, se comparado com a tragédia deixada por Dilma Rousseff, mas o País ainda está muito distante do ideal. O erro maior do presidente da República foi não informar à população a real situação do País no momento em que assumiu o cargo, em substituição à petista. Tivesse feito isso, certamente sua popularidade não estaria em níveis tão baixos.
Na ocasião, o UCHO.INFO criticou Michel Temer por não radiografar o governo ao assumir o comando da nação, algo imprescindível, mas o tempo foi avançando e o que deveria ser feito com urgência ficou para trás.