Terminou neste sábado (1), em Buenos Aires, a cúpula do G20, que reuniu as 20 maiores economias do planeta. Ao final do encontro, foi divulgado um documento, assinado por todos os países, detalhando pontos como a reforma do sistema tributário, acordos comerciais e climáticos, igualdade de gênero e combate à fome.
Duas das mais importantes questões globais foram o foco do G20: as mudanças climáticas e tratados comerciais entre os países.
Acordo “irreversível”
O documento de 40 páginas, assinado de forma conjunta, reitera a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, uma das bandeiras da campanha de Donald Trump, que o mandatário norte-americano insiste em manter, apesar das evidências de que o clima pede socorro.
Por outro lado, os EUA reforçam o “forte compromisso” com crescimento econômico e a segurança energética e que, para isso, usaram todas as fontes de energia e tecnologias, mas protegendo também o meio ambiente. O que de chofre é um contrassenso.
No contraponto, os demais países signatários do Acordo de Paris reafirmam que o tratado é “irreversível” e se comprometem com a sua implementação total.
“Continuaremos a combater as mudanças climáticas, promovendo o desenvolvimento sustentável e crescimento”, destaca o documento. Isso inclui responsabilidades comuns entre as nações, mas levando em conta as realidades de cada país.
Outro ponto abordado pelo documento foi o incentivo às fontes limpas de energia. “Reconhecemos o papel crucial da energia em ajudar a moldar nosso futuro compartilhado, e encorajamos transições de energia que combinem crescimento com a redução das emissões de gases de efeito estufa para sistemas mais flexíveis e transparentes”.
O documento assinado pelo G20 enfatiza que o investimento nesses tipos de energias, bem como em tecnologias e infraestrutura, pode gerar oportunidades também para a criação de empregos e crescimento econômico.
Tensões comerciais
Do ponto de vista econômico, a cúpula do G20 tratou de forma genérica as atuais tensões comerciais e a reforma da Organização Mundial do Comércio, a OMC.
Em um dos pontos do documento, o G20 diz que detectou “problemas comerciais atuais”. O grupo reafirmou a promessa de “usar todas as ferramentas políticas para alcançar um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo”.
Especificamente sobre relações globais, os países reconhecem que “comércio internacional e investimento são motores importantes de crescimento, produtividade, inovação, emprego criação e desenvolvimento”, porém, o G20 diz que o atual sistema multilateral está “aquém de seus objetivos”.
Nesse sentido, o G20 diz apoiar a reforma da OMC “para melhorar seu funcionamento”. No entanto, as discussões sobre as mudanças acabaram ficando para o próximo encontro da cúpula.
O documento trata também das atuais tensões comerciais globais, reafirmando a necessidade de “revitalizar o comércio”, ao mesmo tempo em que transfere a responsabilidade para um cenário que ultrapassa reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).