A imagem do presidente Jair Bolsonaro está esfarelando com o passar do tempo. Esse processo tem sido provado internamente pelas pesquisas de opinião, que mostram o descontentamento da sociedade com o chefe do Executivo, mas no cenário internacional a situação é pior e avança com velocidade preocupante.
Depois de declarações estapafúrdias em Washington, Santiago e Jerusalém, que o levaram aos conhecidos recuos, Bolsonaro agora enfrenta a rejeição de parte dos nova-iorquinos, que não querem vê-lo por lá.
Depois que o concorrido Museu de História Natural de NY se recusou a sediar o evento “Homem do Ano”, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que pretende homenagear o presidente brasileiro, agora foi a vez do badalado e luxuoso restaurante Cipriani fazer o mesmo.
Na última sexta-feira (12), o Museu de História Natural anunciou, pelo Twitter, que estava tomando providências para evitar que o evento em homenagem a Bolsonaro ocorresse no local. A direção do Museu alegou que tratava-se de um evento externo, sem qualquer ligação com a entidade, mas que a reserva do espaço foi feita antes da escolha do homenageado.
A homenagem a Bolsonaro em evento no museu provocou reações de ambientalistas e ativistas dos direitos humanos, que deram destaque às posições homofóbicas, misóginas, racistas, além da sua subserviência a Donald Trump.
No sábado (13), o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, durante entrevista, fez um apelo ao Museu para que cancelasse o evento que homenageará Bolsonaro. Na ocasião, o alcaide nova-iorquino disse que o presidente brasileiro é perigoso, racista e homofóbico.
Na terça-feira (16), Bill de Blasio voltou à carga. No Twitter, o prefeito agradeceu ao Museu de História Natural da cidade pela decisão de cancelar o evento em homenagem ao brasileiro.
“Jair Bolsonaro é um homem perigoso. Seu racismo evidente, homofobia e decisões destrutivas terão impacto devastador no futuro do nosso planeta. Em nome de nossa cidade, agradeço ao Museu de História Natural por cancelar este evento”, escreveu de Blasio na rede social.
Por certo o entourage de Bolsonaro dirá que pouco importa o que pensam os nova-iorquinos, mas é preciso considerar que essa rejeição ao presidente pode ter um efeito cascata, o que não é bom para o País. Se o jeito tosco do despreparado Jair Bolsonaro agrada a massa ignara que o elegeu, que o presidente considere a possibilidade de mudar enquanto é tempo.
Não obstante, Bolsonaro, que jacta-se de dormir com uma arma de fogo ao lado da cama, deveria substituir o objeto pelo livro “O Príncipe”, de Maquiavel. Talvez aprendesse algumas lições do filósofo florentino, que em sua obra afirmou que “governar é fazer acreditar”. Algo que o presidente brasileiro sequer sabe o que significa.