Como sempre afirma o UCHO.INFO, o presidente Jair Bolsonaro, por conta do seu devastador despreparo, não escreve, sentado, o que diz, em pé, e vice-versa. Sempre pronto para disparar absurdos quando se depara com jornalistas, pois é a única maneira de ganhar as manchetes, Bolsonaro disse, no domingo (5), que a decisão de taxar a energia solar era da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mesmo que o governo fosse contra a taxação.
“No que depender de nós, não haverá taxação da energia solar. E ponto final. Ninguém fala no governo, a não ser eu, sobre essa questão. Não me interessam pareceres de secretários ou de quem for. A intenção do governo é não taxar”, disse Bolsonaro.
“Que fique bem claro que quem decide esta questão é a Aneel, uma agência autônoma na qual seus integrantes têm mandato. Não tenho qualquer ingerência sobre eles. A decisão é deles. Nós do governo não discutiremos mais esse assunto, e ponto final”, acrescentou.
Nesta segunda-feira (6), o presidente, dando a entender que não se recordava do que dissera no dia anterior, afirmou ter conversado com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), respectivamente, e por isso havia decidido que ninguém mais trataria do assunto, ou seja, nem mesmo a Aneel, que é a agência reguladora do setor elétrico.
Em sua conta no Twitter, o presidente da República escreveu: “Conversei com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre sobre a taxação da energia solar proposta pela ANEEL. O Presidente da Câmara porá em votação PL, em regime de urgência, PROIBINDO A TAXAÇÃO da energia solar. O mesmo fará o Presidente do Senado. Caso encerrado. Bom dia a todos!”.
“Posto Ipiranga” na contramão
Sob o comando de Paulo Guedes, o Ministério da Economia contraria o discurso cambaleante do presidente da República e defende a taxação da energia solar. Em parecer enviado à Aneel, a pasta justifica sua posição alegando que as normas vigentes sobrecarregam os consumidores que usam a rede elétrica tradicional.
“Em linha com as contribuições deste ministério, entendemos como adequada a escolha da alternativa 5 pela Aneel, pois preserva a viabilidade dos investimentos e reduz distorções tarifárias”, destaca trecho do documento.
Em outras palavras, o liberal Paulo Guedes e seus comandados entendem que os usuários de energia solar têm o dever de pagar mais porque outros não podem se beneficiar desse modal energético. Nada pode ser pior para o desenvolvimento de uma nação do que o populismo barato da classe política. Ainda bem que Jair Bolsonaro, enquanto candidato, disse que, se eleito, faria tudo de um jeito novo e diferente.