A 92ª edição do Oscar teve uma noite inédita no domingo (9), durante a premiação dos melhores do cinema em 2019, segundo a Academia de Hollywood. Com vários filmes carregando muitas indicações, o sul-coreano “Parasita” fez história na terra do cinema. Conquistou quatro estatuetas: melhor roteiro original, melhor filme internacional, melhor diretor e melhor filme.
O filme do diretor Bong Joon-ho tem um enredo instigante e ao mesmo tempo realista, é bem produzido e deixa uma mensagem inquietante sobre a realidade da Coreia do Sul. A história de uma família pobre e ousada que decide arriscar tudo para se infiltrar em uma família rica e poderosa leva a muitas reflexões. É a primeira vez que um filme em língua estrangeira leva o prêmio principal da Academia.
Ao conquistar o prêmio de melhor filme, “Parasita” desbancou “1917”, do diretor Sam Mendes, até então tido como favorito na categoria principal do Oscar 2020. O filme retrata de maneira épica e muito próxima da realidade a guerra em 1917, tendo conquistado três estatuetas: fotografia, mixagem de som e efeitos visuais.
Quando subiu ao palco para receber o prêmio de melhor diretor, o sul-coreano Bong Joon-ho demonstrou humildade ao dizer que se a Academia de Hollywood permitisse ele usaria uma serra para cortar a estatueta do Oscar e dividir com diretores consagrados como Martin Scorsese e Quentin Tarantino.
Favorito para o prêmio de melhor ator, Joaquin Phoenix, protagonista de “Coringa”, usou seu momento para os agradecimentos para fazer um discurso impactante. De chofre pediu para que a plateia cessasse os aplausos e passou a falar sobre a luta das minorias, que ele tão bem retratou no filme, e a cultura do “cancelamento”.
“Eu, a vida inteira, fui uma pessoa egoísta, cruel no trabalho, e sou muito grato aos que me deram uma segunda chance. (…) Isso é o que a humanidade tem de melhor”, comentou o ator, que não perdeu a oportunidade de falar sobre a intolerância por parte de pessoas e governos, que insistem em impor a cultura da unicidade em termos de raça, gênero, religião e outros quesitos.
O prêmio de melhor atriz ficou com Renée Zellweger, algo esperado, por seu papel em “Judy”, cinebiografia em que interpreta a lendária Judy Garland, que venceu conquistou o Oscar uma única vez, não como adulta, mas na categoria juvenil, em 1940.
“Quando celebramos nossos heróis, nós lembramos de quem nós somos como povo. Eu sei que Judy Garland não recebeu esse prêmio em vida, então isso é uma celebração ao legado dela”.
Confira abaixo os vencedores do Oscar 2020:
Ator coadjuvante
Brad Pitt, “Era uma vez em… Hollywood”
Longa de animação
“Toy story 4”
Curta de animação
“Hair love”
Roteiro original
Bong Joon-Ho e Han Jin Won, “Parasita”
Roteiro adaptado
Taika Waitit, “Jojo Rabbit”
Curta-metragem
“The neighbors’ window”
Figurino
Jacqueline Durran, “Adoráveis mulheres”
Documentário
“Indústria americana”
Curta documentário
“Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl)”
Atriz coadjuvante
Laura Dern, “História de um casamento”
Edição de som
“Ford vs Ferrari”
Mixagem de som
“1917”
Fotografia
Roger Deakins, “1917”
Edição
Michael McCusker e Andrew Buckland, “Ford vs Ferrari”
Efeitos visuais
“1917”
Cabelo e maquiagem
“O escândalo”
Filme internacional
“Parasita”
Trilha sonora
Hildur Guðnadóttir, “Coringa”
Canção original
“I’m gonna love me again”, “Rocketman”
Melhor Diretor
Bong Joon-ho, “Parasita”
Melhor Ator
Joaquin Phoenix, “Coringa”
Melhor Atriz
Renée Zellweger, “Judy”
Melhor Filme
“Parasita”